ESTUDOS BÍBLICOS - Generalidades

Um pouco de cada tema. Nossa iniciativa é em caráter experimental, contamos com a sua ativa participação. Após a sua apreciação, informe o assunto que gostaria de ver abordado pelo nosso Departamento Teológico.

Estudo Bíblico Intensivo



*** PERGUNTAS & RESPOSTAS ***


Por que é que fazer o bem não basta?

Por mais que nós façamos, não merecemos ir para o céu, porque Deus é santo e o homem sempre peca. Nenhum de nós pode cumprir nem sequer o primeiro mandamento, que é amar Deus com todo o nosso coração, toda a nossa alma e toda a nossa mente. Se pelos nossos próprios esforços pudéssemos merecer ir para o céu, a morte do Senhor Jesus não teria sido necessário. Ele morreu e derramou o seu sangue para nos limpar e faz com que possamos ter uma nova vida que é digna para estar com Deus no céu para sempre. A Bíblia diz: "Foi por amor que vocês foram salvos, por meio de fé. Não vem de vós, é um dom de Deus. Não foi obra vossa, portanto ninguém se pode gabar disso." (Efésios 2.9) "Perguntaram eles (a Jesus): Que faremos para fazer as obras de Deus? Respondeu Jesus: A obra de Deus é esta, crê naquele que ele enviou". (João 6. 28,29) O que vai acontecer depois de morte? Há uma coisa absolutamente certa - um dia vamos morrer! Nunca se sabe quando, onde, e como. Nunca se sabe se vai ser uma coisa muita repentina, ou se vai acontecer depois dum longo período de doença. Desde que todos nós vamos morrer, é lógico que o Deus que nos criou tenha deixado alguma ideia sobre o que vai acontecer depois. Se não fosse este o caso Ele seria muito cruel, mas a realidade é que Ele é um Deus de amor, e quer que nós possamos saber o que vai acontecer depois da morte do nosso corpo. O Senhor Jesus Cristo e mais ninguém tem autoridade para nos ensinar sobre a morte. Porquê? Porque: Ele é Deus; Ele é a verdade, e fala a verdade; Ele veio viver neste mundo para nos ensinar sobre a vida e a morte; Ele passou pela experiência da morte e voltou a viver. Então Ele tem conhecimento desta realidade. Devemos então prestar atenção àquilo que Jesus disse na Bíblia. Ele fala-nos de dois mundos eternos, o céu e o inferno. Quando os nossos corpos morrem, os nossos espíritos continuam a viver porque estes nunca podem morrer. O inferno é o lugar donde Deus retirou a sua presença e, por consequência, toda a sua luz e amor. Jesus descreve este lugar como um local de escuridão, choro e tormento. A Bíblia chama a isto eterna separação de Deus. O inferno é uma prisão de vida eterna sem remissão possível. Deus não manda ninguém para o inferno. As pessoas vão para lá por escolha própria, por ignorarem ou rejeitarem Jesus como a única esperança de libertação e de vida eterna, porque Deus providenciou a remissão (o perdão) dos pecados ao deixar Jesus sofrer aquela terrível pena de morte. Sobre inferno, Jesus disse: "Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo." (Mateus 10.28) "É melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. " (Mateus 5.29) "Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reina tudo o que causa pecado, e todos os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes." (Mateus 13.41) "...vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição da condenação." (João 5.28,29) O céu é apresentado como um lugar de amor e felicidade perfeitos, de paz duradoura e satisfação completa - tão encantador e maravilhoso que nem sequer conseguimos começar a compreender. Não haverá mais pecado, nem morte, nem mal, nem violência, nem ódio, nem separações, nem diabo a importunar e a atormentar, nem mais dôr e sofrimento. A vida cristã aqui é uma preparação para essa vida maravilhosa que há-de vir. Veremos Jesus face a face. No final dos tempos seremos levantados dos mortos com um novo corpo espiritual. Esse corpo ressuscitado será como o corpo ressuscitado de Jesus, perfeitamente adequado para a vida com Ele no céu. Todos os quebra-cabeças e mistérios da vida serão resolvidos. Se ama Jesus, não precisa nunca de ter medo da morte. Quando o seu corpo morrer, o seu "eu" verdadeiro vai direitinho para junto de Jesus! Será como adormecer e depois acordar. A primeira pessoa que verá será Jesus a dar-lhe as boas vindas por ter finalmente chegado ao lar. Jesus disse: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho único, para que todo aquele que acredita n\\\\"Ele não se perca mas tenha a vida eterna." (João 3.16) Jesus nunca falou dum outro lugar (como o purgatório por exemplo) além do céu e do inferno, nem na possibilidade de orar pelos mortes, a fim de que os seus destinos possam ser mudados. A Bíblia fala assim: ".. aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo." (Hebreus 9.27) "Pois todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." (2 Coríntios 5.10) "E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se livros. Abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras." (Apocalipse 20.12) "De modo que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." (Romanos 14.12) Cabe a nós pensarmos seriamente se estamos preparados para morrer, sabendo que depois vamos estar em pé diante de Deus a dar contas a Ele.

É pecado o cristão ir com SUA ESPOSA para um motel?
Resposta: Há determinadas intenções em que é necessário ouvir a própria consciência e o Espírito Santo, Aquele que convence do pecado. A Bíblia não contém uma relação do que pode e do que não pode. O casal cristão deve meditar e então fazer o que julga ser a vontade de Deus. "Quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus" (1 Co 10.31-32). MOTEL é um "hotel situado à beira de estradas de grande circulação, dotado de apartamentos ou quartos para hóspedes, estacionamento para automóveis e, às vezes, restaurante. 2. Bras. Hotel de alta rotatividade". Seria o caso de ouvir Deus e a própria consciência. Não será escândalo para os filhos saberem que seus pais foram transar num motel? A comunidade a que o casal pertence aceitaria sem nenhum problema? Os de fora, os ímpios, não acusaria o casal de praticar atos contrários à vida cristã? São essas coisas que precisam ser sopesadas.

Crente pode ressuscitar mortos?
Resposta: Acreditamos no poder de Deus para mudar as leis da Natureza, curar cegos e paralíticos; curar todos os males, desde uma simples dor de dente até uma paralisia, e também ressuscitar mortos. Cremos na palavra do Senhor Jesus que disse que grandes obras faria a sua igreja; que disse que, em Seu nome, os enfermos seriam curados: “Na verdade, na verdade, vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo 14.12; Mc 16.17-18). Entenda-se que não é o homem que opera o milagre. Não foram Paulo, Pedro, Elias, Elizeu Moisés que operavam os milagres. Eles foram instrumentos usados por Deus para que Sua glória fosse manifesta: “Por que vos maravilhais disto [cura de um coxo de nascença]? Ou por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12, 15; v.15.12; Rm 15.18; Cl 3.17; 1 Pe 4.11). O milagre ocorre segundo a vontade soberana de Deus. Se é soberana, Ele cura, ressuscita e muda as leis da Natureza se quiser. O milagre não se opera se não estiver no centro da vontade divina. Se estiver, água sai de rocha e um mar se abre para que o povo escolhido seja salvo. Acreditamos também nos dons da fé, dom de curas e dom de operação de milagres (1 Co 12), afora outros, através dos quais há manifestações sobrenaturais do poder de Deus.

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Fala-se muito em COMUNHÃO, mas, afinal de contas, o que é isso? Veremos algumas coisas relacionadas ao Tema:
1 O QUE É COMUNHÃO?
a) Uma palavra grega muito usada hoje é “KOINONIA” , traduzida em português para a palavra COMUNHÃO, isto é, o ato de usar uma coisa em comum.
b) A palavra tem o sentido de: companheirismo, compartilhar, congregação de pessoas de comum interesse, Ter em comum, usar juntos, participação, parceirismo, etc.
2 COM QUEM DEVEMOS TER COMUNHÃO?
a) Comunhão vertical – com Deus: Comunhão com o Pai (I João 1.3), Comunhão com o Filho Jesus Cristo (I Coríntios 1.9 e I João 1.3), Comunhão com o Espírito Santo (Filipenses 2.1). Essa comunhão é expressa através da oração, louvor, adoração em Espírito e em Verdade (João 4.23-24).
b) Comunhão horizontal – com os homens: Também deve haver comunhão entre os irmãos – comunhão uns com os outros (I João 1.7), a destra de comunhão (Gálatas 2.9), participação da assistência aos santos (II Coríntios 8.4b)
1) Espiritualmente – Atos 2.42 – Orando juntos; cantando, louvando e adorando juntos; compartilhando em testemunho, exortação, encorajamento; edificando uns aos outros nas operações do Espírito.
Ministério da Palavra, o partir do pão.
2) Praticamente – Atos 2.44-46 – Comunhão nos lares, suprir as necessidades, comunicação (Hebreus 13.16), Distribuição para as necessidades dos santos, inclusive a hospitalidade (Romanos 12.13), conhecer e apreciar uns aos outros, visitação, etc. A comunhão torna-se um modo de viver. Há alegria em comunhão real, em reunir-se e compartilhar nas necessidade espirituais, práticas e sociais.
3 COM QUE ESTAMOS PROIBIDOS DE MANTER COMUNHÃO?
a) Com o mundo (Efésios 5.11; Salmo 94.20)
b) Com espíritos satânicos – (I Coríntios 10.19-20)
c) Com Iniqüidade (trevas) – (II Coríntios 6.14)
d) Com Religiões falsas – (II Pedro 2.1-3; Judas 4)
e) Com Falsas doutrinas – (II João 1.9-11; Gálatas 1.7-10) Veja o que Paulo diz: “Nem os recebais em casa”
4 DIFERENÇAS DOUTRINÁRIAS PODEM QUEBRAR A COMUNHÃO?
􀂃 Qualquer doutrina que ataca os passos fundamentais do processo da redenção pelo sangue de Jesus,
deve ser excluída da comunhão.
􀂃 Precisamos manter a unidade do Espírito até chegarmos à unidade da fé (Efésios 4.2, 13).
􀂃 Diferenças de opinião a respeito da escatologia, costumes, etc., não são motivos suficientes para quebrar a nossa comunhão.
􀂃 Não podemos Ter comunhão com o herético ou mesmo com suas heresias (obstinação) – (Tito 3.10-11; Romanos 16.17-18 e I Coríntios 11.19).
5 QUAIS SÃO OUTROS MOTIVOS BÍBLICOS PARA QUEBRAR A COMUNHÃO?
a) Conduta desregrada – (Mateus 18.15-17; I João 1.6; 2.10-11 e II Tessalonicenses 3.6)
b) Cobiçoso – excessivamente desejoso, ganancioso.
c) Idólatra – aquele que adora ídolos ou é excessivamente afeiçoado a uma pessoal ou coisa.
d) Escarnecedor – linguagem abusiva, zombador.
e) Beberrão – aquele que bebe habitualmente, que embriaga-se.
f) Extorsionário – que obtém algo de uma pessoa por meio de opressão ou abuso de autoridade.
g) Fornicário – relações sexuais ilícitas
A Bíblia diz para não se associar com eles nem comer com eles, isto fala de não mantermos comunhão com eles.
A GRANDE NECESSIDADE HOJE, É DE PESSOAS DISPOSTAS A VIVEREM EM COMUNHÃO COM OS IRMÃOS QUE FAZEM PARTE DO CORPO DE CRISTO.
Dois tipos de comunhão
[Leia este artigo duas vezes, e depois pense sobre o significado dele!]
Em 1 João 1, João descreve a comunhão dele com Deus como sendo dependente do andar dele na luz da verdade de Deus. Ele tinha aprendido sobre Cristo, de primeira mão, e depois escreveu essa verdade para nosso benefício, para que possamos ter o mesmo tipo de comunhão que ele gozava, ou seja, comunhão com Deus. Não há comunhão com Deus para aqueles que andam nas trevas, no erro e no pecado.
Mas em 3 João 9 e 10, João nos conta sobre alguns de seus irmãos (evidentemente pessoas que estavam em comunhão com Deus) que haviam sido expulsos da igreja. Diótrefes tinha cortado a comunhão com eles, e proibiu que outros tivessem tal comunhão. O que ele fez foi, sem dúvida, errado; mas o fato é que coisas assim podem acontecer e realmente acontecem. Esse é um caso onde Deus mantinha comunhão que os homens negaram.
Aconteceu ao contrário em 1 Coríntios 5. Aqui, um membro da igreja em Corinto (o qual, concluímos, havia tido comunhão com Deus anteriormente) agora vivia na imoralidade. Segundo 1 João 1 (e, implicitamente em 1 Coríntios 5), esse homem tinha cortado sua comunhão com Deus. Ele andava nas trevas, mas os irmãos de Corinto continuavam em comunhão com ele. Isso, também, foi errado; mas aconteceu! Os homens mantinham uma comunhão que Deus negou.
Assim percebemos que há dois tipos de comunhão -- a comunhão com Deus, que depende inteiramente no nosso andar na verdade; e a com homens (até com irmãos) que é sujeita à aprovação ou rejeição dos homens. Dizendo que nós devemos aprovar somente o que Deus aprova (uma afirmação com que eu concordo) não muda os fatos. Irmãos, às vezes, aprovam o que não devem e rejeitam o que devem aceitar. Deus sabe a diferença, e julga apropriadamente; mas o "partido" nem sempre age como Deus quer.
Quando obedecemos ao evangelho, individualmente, nós nos entregamos a Deus. Quando chegarmos ao fim da vida, teremos que prestar contas a ele, individualmente (Mateus 16:24; Romanos 14:4,12). De acordo com esse compromisso de lealdade a Deus, e sujeitos às obrigações do nosso acordo com ele, ajuntamo-nos a outros para trabalhar e adorar juntos numa comunhão local (uma congregação). Deus ordena esta união; os laços dessa associação são grandes e suas obrigações são reais; mas ela continua sendo o meio de servir o Senhor, e jamais deve se tornar o nosso Senhor.
Comunhão de homens com homens é um laço terrestre que tem um significado aceitável em termos religiosos somente quando ela ajuda no nosso serviço a Deus. Esta comunhão tem regras divinas, mas homens nem sempre seguem as regras. A pessoa que conta somente com um laço externo de comunhão na "igreja" para garantir sua redenção espiritual, se apóia numa bengala quebrada. Entenda bem: eu não estou desvalorizando a igreja. Eu procuro enfatizar o significado da igreja verdadeira, como as pessoas que pertencem a Deus e fazem o trabalho de Deus da maneira que Deus tem revelado. Essas pessoas são louvadas por sua lealdade e serviço a Deus, e não por sua lealdade ao "partido".
Irmãos que se preocupam principalmente em manter sua comunhão com Deus serão atraídos um ao outro por esse interesse comum, e encontrarão uma comunhão na congregação que predirá as doces bênçãos do céu.

O que você conhece a respeito do ESPÍRITO SANTO?
A seguir: uma pequena aulinha acerca dessa pessoa, extraída do livro:
BOM DIA, ESPÍRITO SANTO, páginas 53, 54 e 55, de autoria de Benny Hinn.

O que está do Lado de Dentro?

O que faz de mim uma pessoa? É o meu corpo físico? Penso que não Estou certo de que você já foi a um enterro e viu um corpo morto deitado no caixão. Você está olhando para uma pessoa? Não! Está vendo um corpo morto.
É preciso compreender que o que faz a pessoa não é o corpo. Em lugar disso, a pessoa é que sai do corpo. Emoções. Vontade. Intelecto. Sentimentos. Essas são algumas das características que tornam a você uma pessoa e lhe dão uma personalidade.
As pessoas que me ouvem pregar não estão vendo Benny Hinn. Apenas vêem o meu corpo. Eu estou dentro do meu corpo. Eu estou dentro do meu corpo físico. A pessoa do lado de dentro é que é importante.
O Espírito Santo é uma pessoa. Assim como você, Ele pode sentir, compreender e responder. Ele fica magoado. Ele tem capacidade para amar e odiar. Ele fala e tem a sua própria vontade.
Mas, quem é Ele exatamente? O Espírito Santo é o Espírito de Deus Pai e o Espírito de Deus Filho. Ele é o poder da Divindade – o poder da Trindade.
Qual a sua tarefa? A tarefa do Espírito Santo é reforçar o mandamento do Pai e o desempenho do Filho.
Para compreender a obra do Espírito Santo precisamos entender primeiro a obra do Pai e do Filho. Deus Pai é quem dá a ordem. Ele é sempre aquele que diz – Haja. – Desde o início é Ele quem dá as ordens.
Por outro lado é Deus Filho que realiza as ordens do Pai. Quando Deus Pai disse, - Haja luz – Deus Filho veio e cumpriu essa ordem. A seguir, Deus Espírito Santo trouxe a luz.
Quero ilustrar deste modo. Se eu lhe pedisse, - Por favor, acenda a luz – três forças estariam envolvidas. Primeiro, eu daria a ordem. Segundo, você apertaria o interruptor. Em outras palavras, você cumpriu a ordem. Mas, finalmente, que fornece a luz? Não sou eu, nem você. É o poder – a eletricidade – quem produz a luz!
O Espírito Santo é o poder de Deus. Ele é o poder do Pai e do Filho. É Ele quem processa a ação do Filho. Todavia, Ele é uma pessoa. Ele tem emoções que são expressas de maneira individual na Trindade.
Alguém me perguntou, - Benny, você não está esquecendo a importância de Cristo em tudo isso? – Jamais! Como poderia esquecer quem me amou e morreu por mim? Mas algumas pessoas se concentram tanto no filho que esquecem do Pai – aquele que as amou e enviou seu Filho. Não posso esquecer-me do Pai nem do Filho. Mas não posso estar em contato com o Pai e o Filho sem o Espírito Santo (veja Ef 2.18).




Conceito de família a partir do Novo Testamento


Neste estudo vamos procurar entender como o conceito de família evoluiu e se fez presente nos tempos do ministério terreno de Jesus e seus apóstolos, conforme registra o Novo Testamento. Vamos procurar entender através de exemplos práticos e de ensinamentos apostólicos como a família se constituía e qual é o plano de Deus para a formação e manutenção da família cristã.
É certo que a sociedade judaica, alicerçada nas crenças do "Pai Abraão", manteve muitos valores antigos, mesmo com o avanço dos tempos, e toda a influência grego-romana exercida na Palestina dos tempos de Jesus. Mas, o conjunto básico dos valores da família foi mantido.
A família no Novo Testamento ainda é monogâmica (com a vantagem de não mais encontrarmos exceções de bigamia e poligamia); é composta por casamentos considerados indissolúveis quando feitos "no Senhor"; possui ainda forte apelo patriarcal, conquanto Jesus tenha elevado a condição da mulher através da restauração da espécie humana, até então corrompida pelo pecado; e já evidencia os novos valores do Evangelho do Reino, numa transição clara da expectativa messiânica do Antigo Testamento para a concretização dos ideais divinos a partir da convicção de que era chegado o Reino de Deus.
Jesus valorizou a família
Ao comparecer com os seus discípulos e também Maria, sua mãe, numa cerimônia de casamento na localidade de Caná da Galiléia (Jo 2.1-12), Jesus deu demonstração clara e inequívoca de valorização do casamento e da família. Na verdade, com o milagre que ali fez, deu início aos seus sinais, levando seus discípulos à fé (v.11) e demonstrando ser um especialista na solução de problemas no casamento.
Muito embora o problema ali fosse de ordem material - o vinho acabara o que deixara o mestre-sala preocupado, envolvendo Maria em suas preocupações (v. 4,9) -, Jesus demonstrou estar preparado e disposto a resolvê-lo, como o faria com problemas de qualquer ordem. Com os casamentos de hoje em dia não acontece diferente. Muitas vezes questões financeiras e materiais transtornam de tal maneira a vida dos integrantes da família, que fica difícil a harmonia no lar. É preciso que, à maneira do que aconteceu com o casamento em Caná, Jesus seja convidado para estar presente nos casamentos e nas famílias de hoje (v. 2).
A estabilidade do casamento
Num tempo em que muitas pessoas desvalorizam o casamento e a família procurando estabelecer relacionamentos superficiais para não se comprometerem, vale lembrar que não é este o propósito divino para a família. O propósito de Deus para todo ser humano é encontrar um companheiro, constituir família e manter um casamento saudável que tenha estabilidade e leve os membros da família a um estado constante de felicidade e realização.
Foi assim, ao princípio, quando percebeu que não era bom que o homem estivesse só (Gn 2.18), e continua sendo assim, pois este propósito de Deus não mudou.
Ao ser interrogado, certa vez, quando estava nos confins da Judéia, para além do Jordão, por uns fariseus acerca do divórcio, Jesus deixou bem claro que casamentos feitos por Deus não podem ser dissolvidos (Mt 19.1-12). "Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem" (v.6), foi a afirmação do Mestre para aqueles que intentavam fazê-lo tropeçar em palavras e conceitos.
Questiona-se acerca da realidade de que todos os casamentos sejam de fato originários em Deus ou se muitos deles não são provenientes de arranjos humanos. As concessões de repúdio feitas por Moisés para liberar mulheres desprotegidas para novos casamentos, Jesus debitou na conta "da dureza do coração humano" (v. 8).
Deste episódio aprendemos algumas lições: a) O propósito original de Deus é casamento único e de uma vez para sempre (indissolubilidade); b) Para tanto, os casamentos precisam ser "unidos por Deus" e não meros arranjos humanos; c) O pecado, inimigo mortal do ser humano, gera situações diferentes da projetada por Deus; o que, levando a uma desaprovação divina aos erros humanos, não implica em rejeição do homem pecador por parte de Deus; d) Jesus abre uma brecha para o divórcio e o novo casamento quando usa a expressão: "a não ser por causa de infidelidade" (v. 9), que tem sido vista por muitos estudiosos como uma cláusula exceptiva, ou seja, a exceção que permitiria o rompimento de uma união conjugal e o estabelecimento de novo consórcio.
A estrutura da família nos tempos de Jesus
Vamos procurar estabelecer alguns valores encontrados na família dos tempos de Jesus. Algumas evidências bíblicas dão-nos conta de uma família unida, operosa, interessada na educação e na formação religiosa de suas crianças, onde há espaço para a confraternização e a hospitalidade.
a) Monogâmica e sem concessões - A família nos tempos de Jesus já deixou para trás as exceções que levavam alguns chefes de família a terem mais de uma esposa. Não há registros no Novo testamento de casamentos que não sejam monogâmicos.
b) Patriarcal, mas com valorização da mulher - Percebe-se a continuação do modelo de famílias patriarcais, mas a mensagem de Jesus Cristo já começa a mostrar que a condição da mulher não pode mais ser vista de maneira subalterna e desprezível como muitas vezes a cultura judaica a considerava. A afirmação paulina de que em Cristo "não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3.28), somada ao amor que todo marido deve devotar a esposa, seguindo o modelo de amor de Cristo para com a Igreja (Ef 5.25), eleva a condição da mulher a um plano superior ao que se encontrava antes da vinda de Cristo.
c) Protetora, mas sem ser repressiva - Tomemos como exemplo a família de Jesus. Família típica da palestina, José e Maria seguiam a tradição de seus pais e estavam sempre em contato com os familiares próximos que emprestavam sentido e apoio ao núcleo familiar menor (Lc 1.39,40). Profissional da área de carpintaria (Mt 13.56; Mc 6.3), José tirava seu sustento desse trabalho, mantendo com ele a família, à exemplo de outros discípulos e cristãos que deixaram profissões e empregos (pescador, coletor de impostos) para seguirem a Jesus; ou mantiveram-se neles(fazedor de tendas, costureira, vendedora) para terem recursos suficientes para trabalharem para o Mestre. Além disso, José ensinou a seu "filho" a sua profissão, conforme Marcos 6.3. Percebemos nesta iniciativa, os cuidados paternos em se perpetuar na família a fonte de sustento.
d) Religiosa, sem, no entanto, tornar-se fanática - Continuando a analisar a família de Jesus, vamos perceber nela os traços típicos da família média judaica. Havia muito fervor religioso entre os judeus. A expectativa da vinda do Messias era grande e o cuidado com o culto e com a adoração era exemplar. Até mesmo dos fariseus, uma das facções do judaísmo, não se pode dizer que eram desinteressados quanto à religião, posto que eram zelosos dos rituais e mandamentos que aprendiam nas sinagogas. A experiência que Jesus teve por volta dos doze anos (Lc 2.39-52), quando no Templo discutia com os doutores da lei, demonstra que José e Maria preservavam a tradição de levar as crianças ao Templo para cumprir os deveres da Lei de Deus.
e) Instrutora, visando ao futuro - Vários exemplos mostram o valor da educação para os judeus. Escolas de grandes rabinos influenciavam a cultura da época, levando os pais a matricularem seus filhos com vistas a tornarem-nos também futuros mestres. É o caso das escolas de Hillel e Shanmai, rabinos muito reconhecidos nos tempos de Jesus. Deus usou um homem especial, apóstolo Paulo, para uma obra missionária e epistolar especial. Teve excelente formação escolar aos pés de Gamaliel (At 22.3) o que demonstra o investimento feito pela família.
A família e o Reino de Deus
Percebemos nitidamente uma ligação entre a família e o projeto de Reino de Deus implantado por Jesus Cristo. Este projeto não se dá sem a família, como também no Antigo Testamento Deus separou famílias para abençoar a Terra (Adão, Noé, Abraão). O fato de Jesus ser da linhagem, da raiz, da casa de Davi (Mt 1.1), reforça a idéia de uma família forte, abençoada, comprometida com Deus, como ideal divino para toda a humanidade. Duas considerações básicas sobre a ligação do Reino de Deus com a família no Novo Testamento:
1ª) A família é tomada como exemplo para simbolizar o Reino de Deus - Quando trata da salvação pela graça, mediante a intervenção de Cristo na cruz, Paulo fala da união que os salvos passam a ter com Deus. Isso se dá pelo sacrifício expiatório de Cristo. Passamos, então, a ter uma identificação com Deus que não tínhamos. O acesso a Deus está não só permitido, mas liberado para os que se reencontraram em Cristo. É quando, então, Paulo fala que já não somos mais estrangeiros ou forasteiros, mas "membros da família de Deus" (Ef 2.19). O valor da família é hiper-dimensionado para o plano do Reino de Deus.
2ª) Existe uma ligação íntima da idéia de família com Deus - Na sua bela oração intercedendo pelos cristãos de Éfeso, Paulo diz que dobra os seus joelhos diante do Pai, "do qual toda família nos céus e na terra toma o nome" (Ef 3.15). A idéia de família, no sentido de pertencimento, laços fraternos, comunhão, realização, felicidade, proteção e tantos outros significados valiosos que ela incorpora, tem tudo a ver com o que o próprio Deus representa para o ser humano que nele confia. Deus é Pai. Nós somos sua família.
O lar é embrião da Igreja
Outra questão que está bem definida no Novo Testamento é a relação profunda que existe entre a casa e a Igreja. Segundo os propósitos originais de Deus era o lar que seria o provedor de toda a instrução religiosa para os filhos (Dt 6.1-25). Ao que tudo indica, o lar falhou em todo esse propósito, visto que Deus instituiu a Igreja como sucessora do seu projeto de manutenção do culto e da adoração (Mt 16.18). Isto não significa que Deus abriu mão do lar, mas que a Igreja passou a ser parceira do lar para a consecução dos propósitos divinos.
Vários eventos dos atos do Espírito Santo na Igreja Primitiva, mostram a importância da parceria entre lar e igreja. Muitas igrejas iniciam-se em casas, conforme descrito no livro de Atos: a)Em Filipos havia uma igreja se reunindo na casa de Lídia (At 16.40); b) Em Tessalônica, uma igreja na casa de Jáson (At 17.5,6); c) Em Corinto, uma igreja na casa de Tito, o Justo (At 18.7); d) Em Éfeso, uma igreja na escola de Tirano (At 19.9); e) Além do fato de Paulo ensinar publicamente e de casa em casa (At 20.20).
Aplicações para a vida
De tudo o que temos visto sobre família no Novo Testamento, no que tange ao conceito vivenciado pelos cristãos dos tempos de Jesus, algumas verdades precisam ser compreendidas para valorização da família hoje:
1ª) O maior prestígio que a família e o casamento precisam ter é o que vem de Deus. Jesus valorizou a família.
2ª) Não há problema que não possa ser solucionado pelo Deus das famílias. Se ele tem um propósito para as famílias ele fará todo o investimento para que as soluções sejam encontradas.
3ª) O propósito original de Deus são casamentos para sempre. É deixar pai e mãe e unir-se à esposa sob a bênção de Deus.
4ª) A infidelidade conjugal traz sérios prejuízos para a família e é considerada por Jesus um motivo pelo qual os casamentos se dissolvem.
5ª) Jesus valorizou a mulher, tirando-a da condição inferior em que se encontrava na sociedade de seu tempo.

6ª) O melhor elogio à família é vê-la relacionada com o Reino de Deus e o próprio Deus.



"Jesus Confirmou a promessa, renovou a aliança, cumpriu as profecias e trouxe-nos a salvação. Nele a história alcançou o ápice. Ofereceu um sacrifício perfeito, que foi aceito pelo o Pai. Tornou-se sumo sacerdote sobre a casa de Deus e assentou-se á sua direita. O profeta semelhante a Moisés foi erguido sobre a terra. O filho de Davi foi entronizado, inaugurando o reino de Deus. O Filho do Homem recebeu domínio das mãos do Eterno. O Servo do Senhor, moído pelas transgressões do seu povo e tendo levado o pecado de muitos, consumou o propósito divino. Viu a luz após o sofrimento de sua alma, e agora está exaltado, recebendo louvor e gloria".



Nosso Senhor foi denominado Jesus, de acordo com as indicações do anjo a José, Mt 1: 21, e a Maria, Lc 1: 31. Quando aplicado a qualquer criança, este nome meramente significava a fé que seus pais tinham em Deus, como salvador de seu povo, ou a fé na futura salvação de Israel. Em referência ao filho de Maria, designava a missão especial que ele vinha cumprir: " E lhe chamarás por nome Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles", Mt 1: 21. A palavra Cristo vem do grego Christos, e quer dizer ungido, correspondente à palavra hebraica Mashiah, que tem o mesmo sentido. Jesus, pois, era o nome da pessoa de nosso Senhor, e Cristo designava o título da sua pessoa (o Cristo), nome este que ficou servindo de nome próprio, isolado da palavra Jesus, ou junto dela.
O objeto do presente artigo é esboçar a vida do Senhor, sobre a terra, pondo em ordem os eventos principais relacionados entre si.
Cronologia. As datas referentes ao seu nascimento e à sua morte não podem ser determinadas com absoluta exatidão. A maior parte dos teólogos concordam entre si dentro de estreitos limites. O nosso calendário atual teve origem em Dionísio Exiguus, abade romano, falecido em 556. Tomou como ponto de partida o ano da encarnação. Deu o nascimento de Jesus no ano da fundação de Roma, 754, começando nele o ano 1 da nova era. Porém, o historiador Josefo demonstra com clareza que Herodes, o Grande, faleceu pouco depois do nascimento de Jesus, Mt 2: 19-22, e alguns anos antes de 754 da era da fundação de Roma. A morte dele deu-se 37 anos depois da sua nomeação pelo senado romano para ser rei da Judéia, A. U. C. 714. Isto deve ser no ano751 ou 750 A.C., quer contasse a fração pelo ano inteiro, quer não. O ano 750 é o mais provável, porque por uma narração de Josefo, contando que pouco antes da morte de Herodes foram executados por sua ordem, dois rabinos judaicos, e que na noite desta execução, se deu um eclipse lunar. Os cálculos astronômicos dão este fenômeno no ano 750 em que houve um eclipse parcial da lua na noite de 12 ou 13 de março, e em 751 não se deu eclipse algum.

Narra também Josefo que Herodes morreu pouco antes da Páscoa, que no ano 750 caiu a 12 de abril. Pode-se, com toda a certeza, asseverar que a morte de Herodes se deu a primeiro de abril do ano de Roma 750, ou 4 anos antes da era cristã. Podemos colocar os acontecimentos narrados nos evangelhos, antes daquela data, no tempo entre o nascimento de Cristo e a morte de Herodes que naturalmente seria uns dois ou três meses. O nascimento de Cristo, portanto, deu-se nos fins do ano 5 ou princípios do ano 4, antes de Cristo. A data de 25 de dezembro, como o natalício de Jesus, começou no quarto século, sem autoridade que a justifique. Pode, contudo ser aceita, como abeirando a verdade, se a dermos a 25 de dezembro do ano 5 A. C., isto é, 5 anos antes do calendário de Dionísio que o dá a 25 de dezembro do ano 1, A. D. A data em que principiou o ministério público de Nosso Senhor pode ser determinada principalmente pelo cap. 3 do evangelho segundo Lucas, v. 23, onde se diz que o batismo de Jesus se deu quando ele começava a ser de quase trinta anos. Esta declaração é muito precisa. Dado que ele tivesse nascido a 25 de dezembro do ano 5 A. C., devia ter trinta anos a 25 de dezembro do ano 26. A data tradicional do batismo de Jesus é 6 de janeiro, e supondo-se que se tenha dado no princípio do ano 27, a narração de Lucas, dizendo que ele começava a ser de quase trinta anos, é correta. Esta data é confirmada também pelas afirmações dos judeus, registradas no cap. 2: 20 do evangelho segundo João, quando disseram: "Em se edificar este templo gastaram-se quarenta e seis anos, e tu hás de levantá-lo em três dias?" A reconstrução do templo por Herodes, como se pode provar, foi 19 ou 20 anos antes da nossa era, de modo que os 46 anos, supondo que se tivessem decorrido quando os judeus fizeram esta declaração, nos transportam outra vez ao ano 27 da era cristã. Finalmente, se o "décimo quinto ano do império de Tibério César", Lc 3: 1, quando João Batista deu começo a seu ministério for aceito, como não pode deixar de ser, como a época em que Tibério estava associado com Augusto no governo do império, A. D. 11 a 12, coincide com o A. D. 26 e vem confirmar os cálculos já feitos. É certo que todos estes pontos podem sofrer contestações, mas as datas que temos apresentado são as mais prováveis e se confirmam mutuamente.
A duração do ministério de Cristo, e o conseqüente ano de sua morte são determinados pelo número das páscoas de que fala o evangelho segundo João. Se tivéssemos apenas os evangelhos sinóticos, poderíamos inferir que o seu ministério durou apenas um ano, opinião aceita por muitos nos antigos tempos. Porém o evangelho segundo João menciona pelo menos três páscoas, 2: 13; 6: 4; 13: 1. É muito provável que a festa referida no cap. 5: 1 de João, seja também uma páscoa. Se assim for, no ministério de Cristo deram-se quatro páscoas, na última das quais, ele morreu. Se ele foi batizado logo no princípio do ano 27, a primeira páscoa foi em abril daquele ano: e ele morreu no ano 30, quando a festa da páscoa se realizou a 7 de abril. Aqueles que pensam que a festa mencionada no cap. 5: 1 de João, não é a festa pascoal, dão a morte de Cristo no ano 29. Concluímos, pois, como mais provável, que as datas principais da vida de Cristo, são: nascimento, a 25 (?) de dezembro do ano 5 A. C.; batismo, e o princípio de seu ministério, a 27 de janeiro (?) do ano A. D. e a sua morte, a 7 de abril do ano 30.
Condições políticas dos judeus. Quando Jesus nasceu, Herodes, o Grande, era rei dos judeus. O seu reino incluía a Judéia, a Samaria e a Galiléia. Pertencia à raça iduméia, mas professava a religião judaica. Seu pai Antipater havia sido nomeado governador da Judéia por Júlio César, e depois de alguns caprichos da sorte, Herodes era declarado rei dos judeus, pelos romanos, no ano 40 A. C. Apesar de independente em muitos respeitos, Herodes se mantinha no poder pelo favor dos romanos e na dependência deles, que praticamente regiam o mundo. Por ocasião de sua morte, quatro anos antes da era cristã, o reino foi dividido entre os seus filhos. Arquelau recebeu a Judéia e a Samaria; Herodes Antipas, a Galiléia e a Peréia, e Herodes Filipe recebeu o território a nordeste do mar de Galiléia, Lc 3: 1. Porém, no décimo ano de seu reinado, Arquelau foi deposto por Augusto César, e daí então, a Judéia e a Samaria passaram a ser governadas por procuradores até à destruição de Jerusalém, excetuando apenas os anos 41-44, quando Agripa I foi investido nas funções reais, At 12: 1. Durante o ministério de Cristo, portanto, a Galiléia e a Peréia, onde gastou a maior parte de seu ministério, eram governadas por Herodes Antipas, Mt 14: 3; Mc 6: 14; Lc 3: 1, 19; 9: 7; 13: 31; 23: 8-12, enquanto que Samaria e Judéia eram governadas diretamente pelos romanos por meio de seu procurador, que neste tempo era Pôncio Pilatos. O governo romano, quer fosse direto quer indireto, irritava sobremodo o povo judaico. No tempo de Cristo a Palestina fermentava politicamente falando. Os romanos procuravam dar à nação, a maior autonomia possível, de modo que o sanedrim que era a corte suprema, exercia jurisdição sobre grande número de casos. Os romanos também garantiam muitos privilégios aos judeus, especialmente no que tocava às suas práticas religiosas. Apesar de tudo isto, a nação odiava o jugo estrangeiro, que sempre se fazia sentir, quando era preciso, e que de modo algum, permitia a conquista de sua antiga liberdade. A aristocracia judaica, inclusive a maior parte dos saduceus, simpatizava com os romanos. Os fariseus, que formavam a parte mais devotada às observâncias religiosas, geralmente evitavam complicações políticas, mau grado seu espírito conservador e intolerante. Os herodianos de que nos dá notícia a história, favoreciam as pretensões da família de Herodes ao trono da Judéia. Havia, porém, segundo narra o historiador, formado de patriarca, que fazia constantes condições, quem tivesse a pretensão de ser o Messias, não poderia evitar a influência política. Veremos como Jesus evitou cuidadosamente e com bom êxito, este perigo, a fim de proclamar o verdadeiro espírito do reino de Deus.
Condições religiosas do povo judaico. A religião sofria grandemente com o estado político. As classes superiores da sociedade, haviam quase esquecido as esperanças religiosas dos seus antepassados, e a massa do povo sonhava com um reino temporal, perdendo de vista a feição espiritual do reino do Messias. O Evangelho dá notícia de duas seitas dominantes na sociedade judaica: a dos fariseus e a dos saduceus. A primeira zelava pela pureza da religião, mas punha em primeiro lugar as tradições teológicas, as cerimônias e as sutilezas da casuística, deixando à parte a palavra de Deus. A religião de Moisés e dos profetas havia tomado uma forma bem diferente em suas mãos. Os fariseus opunham-se muito naturalmente à religião que Jesus ensinava, toda espiritual e despida de formalismo, apelando para as lições das Escrituras com desprestígio das tradições. Os saduceus, por outro lado, formavam a aristocracia social, a que pertenciam as famílias dos príncipes sacerdotes, gente saturada pela cultura do paganismo, rejeitando as tradições farisaicas, e mais interessada em negócios políticos, do que na religião. O motivo da sua oposição a Cristo, é que os seus triunfos no meio do povo perturbavam as relações políticas existentes, Jo 11: 48. Entretanto, as cerimônias do culto divino realizavam-se com toda a magnificência no templo de Jerusalém. O povo atendia fielmente, e em grandes massas, às festas religiosas. Havia muito zelo pela religião e pelas tradições. De vez em quando, porém, uma explosão de patriotismo, misturado com fanatismo, assoprava as cinzas quentes das esperanças do povo, convertendo-as em viva chama. Eram poucos os que ainda conservavam o espírito da pura religião e a fé viva em Deus. Estes elementos vivos encontravam-se, principalmente, nas classes humildes da sociedade, nas quais não se havia extinguido a esperança de um Salvador, e foi do centro de um desses círculos de piedade, que Jesus Cristo veio. Pode-se dizer, pois, que o povo judaico, do tempo de Cristo, ainda era povo religioso; conhecia o Antigo Testamento, que se lia escola. A nação mostrava a sua liberdade política. Tudo isto vem explicar o motivo da excitação popular, quando João Batista começou a pregar no deserto da Judéia, e a exaltação do espírito público que a doutrina de Jesus havia produzido. As classes dirigentes da sociedade opunham-se a ambos estes estranhos profetas de Israel. O método que Jesus adotava na pregação do seu evangelho era eficiente; seus resultados, mesmo considerados pelo humano, eram inevitáveis.
A vida de Jesus. As circunstâncias do nascimento de Cristo, mencionadas nos evangelhos, condiziam com a sua dignidade, e harmonizavam-se com as profecias a ele referentes, mesmo aquelas que falavam da sua humilde aparência sobre a terra. Malaquias anunciou, 3: 1; 4: 5, 6, que um arauto com o espírito e com o poder de Elias, havia de preceder o Senhor, quando viesse ao seu tempo. Lucas começa o seu evangelho falando do nascimento de João Batista, precursor de Cristo. Um piedoso sacerdote, chamado Zacarias, que não tinha filhos, era de idade avançada, estava desempenhando as suas funções no templo, na ordem da sua turma, para oferecer o incenso sobre o altar no lugar santo. Apareceu-lhe o anjo Gabriel e anunciou-lhe que seria o pai do precursor do Messias. Devia ser isto em outubro do ano 6 antes da era Cristã. Terminado que foi o tempo de seu ministério, ele e sua mulher Isabel retiraram-se para sua casa nas montanhas da Judéia, Lc 1: 39, aguardando o cumprimento da promessa. Dois meses depois, o anjo apareceu a Maria, donzela da linhagem de Davi, residente em Nazaré desposada com José, que também descendia de Davi, o grande rei de Israel, Mt 1: 1-10; Lc 1: 27. José exercia o ofício de carpinteiro, homem de humilde classe, ainda que de alta linhagem e de elevado sentimento religioso. O anjo anunciou a Maria que ela ia ser mãe do Messias, Lc 1: 28-38, em virtude do Espírito Santo, e que o menino que se chamaria Jesus possuiria o trono de seu pai Davi. Ao mesmo tempo anunciou-lhe que Isabel, sua parenta, também havia concebido na sua velhice, estando já no sexto mês. Levantando-se Maria, foi às pressas à casa de Zacarias. Quando se encontrou com Isabel, o espírito de profecia entrou nelas. Enquanto Isabel a saudava, como sendo a mãe de seu Senhor, Maria, semelhante à velha Ana do tempo de Hali, 1 Sm 2: 1-10, produziu um cântico de louvor pela salvação de Israel e pela honra que lhe havia sido conferida. É claro que estes acontecimentos, tão extraordinários, às piedosas mulheres, possuídas de profundo espírito de fé e dominadas por uma santa exaltação, significariam o cumprimento das esperanças de Israel. Chegado que foi o tempo de Isabel dar à luz, Maria voltou para Nazaré. A defesa de sua honra, Deus a faria em tempo oportuno. José, conhecendo o estado interessante de sua desposada, resolveu deixá-lo secretamente evitando assim um escândalo público. O plano caridoso de José deixou de ser executado, porque um anjo revelou-lhe em sonhos que o que se achava no ventre de Maria era obra do Espírito Santo e que o menino que ia nascer chamar-se-ia Jesus, porque salvaria o seu povo dos pecados dele, para se cumprir o que falou o profeta Isaías, dizendo que este Jesus nasceria de uma virgem. Com fé igual à de Maria, José creu na mensagem, e recebeu legalmente como sua esposa aquela que não queria infamar. Estava assim assegurado que o filho de Maria nasceria sem um pai reconhecido pela lei e que sua mãe era protegida pelo amor e pelo respeito de um esposo. Não haverá a menor dúvida que todos estes fatos chegaram ao conhecimento de Maria em tempo próprio. Pelo fato de , nem Cristo, nem os seus apóstolos aludirem à concepção miraculosa de Jesus, como prova de seu ofício messiânico, de modo algum se enfraquece o valor da narrativa. O fato não constitui prova de caráter bíblico. A história do nascimento de Cristo harmoniza-se muito bem com o que hoje sabemos da sua dignidade e da importância de sua missão na terra. O Messias devia ser a bela flor da vida espiritual de Israel, e, por isso, Jesus nasce no seio de um piedoso círculo familiar, onde a pura religião do Antigo Testamento dominava os corações pela fé e pelo amor. O Messias tinha de aparecer sem aparência do que era, e daí, o ter nascido no lar do carpinteiro de Nazaré; o Messias teria de ser filho de Davi, e, por isso, José, seu pai putativo, e provavelmente a virgem Maria sua mãe, segundo a carne, eram descendentes do grande rei. O Messias devia ser a encarnação divina, unindo-se à natureza humana, e por isso, nasceu miraculosamente de uma mulher que concebeu por obra do Espírito Santo.
Depois de relatar o nascimento de João Batista e o cântico profético que proferiram os lábios cheios de unção do velho Zacarias, Lc 1: 57-69, sobre o advento do precursor do Messias, o evangelista Lucas explica como foi que Jesus veio a nascer em Belém de Judá. O imperador Augusto havia ordenado um alistamento geral de todos os súbitos de seu império, e, apesar de a Palestina ser governada pelo rei Herodes, os seus habitantes foram compreendidos no decreto imperial. O alistamento dos judeus, evidentemente, teria de ser feito pelos seus métodos, pelos quais o pai de família tinha de ser alistado no lugar de seus antepassados, e não no da sua residência atual. Portanto, José precisava de ir a Belém, lugar primitivo da casa do Davi. Maria foi com ele. A hospedaria, ou khan, onde os estrangeiros poderiam repousar, já estava inteiramente ocupada, quando lá chegaram, e só encontraram abrigo em um estábulo, que, segundo uma antiga tradição, existia em uma caverna perto da cidade. As cavernas serviam muitas vezes para esse fim. O Evangelho não diz que existisse gado lá dentro, sendo provável que estivesse inteiramente desocupada. Naquele tempo, naquele país e entre aquele povo, o estábulo não era lugar tão desprezível para um alojamento, como entre nós; não obstante, era por demais humilde para servir de berço ao Messias. Tal berço estava destinado para o nascimento do filho de Maria, que o depositou em uma manjedoura, Lc 2: 7. Tendo nascido em tão humilde local, nem por isso passou sem notável aviso. Naquela noite, os pastores que guardavam os rebanhos nas campinas próximas, tiveram notícia, por uma numerosa milícia celestial, de que na cidade de Davi havia nascido o Salvador, o Cristo Senhor. E cantavam: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens a quem quer bem", Lc 2: 14. Os pastores apressaram-se a ir a Belém e viram o menino, relataram o que tinham visto e ouvido, e depois voltaram aos seus rebanhos. Todos estes fatos se harmonizavam perfeitamente com tudo quanto vinha sendo dito em referência à missão de Jesus. É bom notar que este fato se deu em um círculo de humilde pastores, sem fazer éco lá fora no grande mundo. José e Maria demoraram-se por um pouco ali em Belém. No oitavo dia o menino foi circuncidado, Lc 2: 21, e deram-lhe o nome de Jesus, conforme havia sido anunciado. Quarenta dias depois de seu nascimento, Lv 12, seus pais o tomaram, segundo ordenava a lei, e o levaram ao templo oferecendo Maria ao Senhor o que era ordenado pela sua purificação e consagraram o menino ao Senhor.
O primogênito dos hebreus devia ser resgatado por cinco siclos de prata do peso do Santuário, Nm 18: 16, quando fosse apresentado ao Senhor. A mãe também tinha de oferecer em sacrifício o que a lei mandava, e Maria ofereceu um par de rolas ou dois pombinhos que era a oferta dos pobres. As condições precárias desta humilde família tem mais uma vez a sua confirmação. Todavia o menino Jesus não deixaria a casa de seu pai sem um atestado de sua grandeza. O velho Simeão chegou ao templo, e sobre ele veio o Espírito do Senhor logo que avistou o menino. Deus lhe havia dito que veria o Messias antes de morrer. Tomando o menino em seus braços, deu graças e profetizou a glória e os sofrimentos de sua vida, Lc 2: 25-35. Havia também uma profetisa chamada Ana, avançada em anos, e que não se apartava do tempo, a qual deu testemunho, falando dele a todos como a esperança de Israel, Lc 2: 36-38. Porém, o mais eloqüente testamento de sua grandeza é que segue: Logo que José e Maria regressaram a Belém, uns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, declarando que tinham visto a estrela do Messias nos céus, e que vieram adorá-lo. Os judeus, espalhados pelo Oriente, teriam levado consigo as tradições proféticas referentes ao nascimento do Messias, rei de Israel e grande libertador dos homens. Seria com eles que os magos aprenderam a lição? Com certeza estudavam os fenômenos celestes, e Deus serviu-se de suas noções supersticiosas para fazê-los testemunhas, perante o mundo gentílico, e que também esperava à meia-luz da religião natural a vinda do Salvador desejado, mas cujo caráter real não podiam bem compreender. Viram no oriente uma estrela, que por algumas razões consideravam ser indicação de haver nascido o rei dos Judeus. Vindo a Jerusalém, indagaram do lugar do seu nascimento. Esta notícia alarmou o supersticioso Herodes, que convocou uma reunião dos escribas para saber deles onde havia de nascer o Cristo. Quando disseram que havia de nascer em Belém, Herodes os mandou lá, fazendo que prometessem voltar a Jerusalém, a dar notícia do menino. De caminho para Belém viram de novo a estrela sobre Belém e encontraram o menino, a quem ofereceram ouro, incenso e mirra. Podemos imaginar o novo espanto que José e Maria tiveram ao contemplarem a estranha visita dos magos. Era mais um novo sinal dos altos destinos do menino que havia nascido. Avisados por Deus, os magos voltaram para a sua terra por outro caminho, visto que a intenção de Herodes era achar o menino para o matar. José também foi avisado em sonhos do perigo que ameaçava a vida do menino, recebendo ordem divina para ausentar-se para o Egito. E não era cedo demais, porque o cruel Herodes, que nem poupava a vida de seus próprios filhos, segundo diz Josefo, enviou soldados a Belém para matar a todos os meninos que tivessem menos de três anos de idade. Contava por este modo realizar o desejo de que havia sido privado pela falta dos magos. Belém era lugar pequeno e não deveria ser muito grande o número das crianças mortas, mas nem por isso diminui a crueldade do ato. Jesus havia escapado. Não se sabe quanto ficou no Egito. Alguns meses talvez. No Egito havia muitos judeus, entre os quais, o piedoso José encontraria bom acolhimento. Em tempo oportuno, o anjo anunciou a José que Herodes era morto, e que poderia regressar à prática. Era seu propósito ficar em Belém, cidade de Davi, mas Arquelau, filho de Herodes, reinava na Judéia, o que o fez hesitar. Recebeu novas instruções, em virtude das quais buscaram abrigo na sua velha morada, Nazaré. Em conseqüência disto, Jesus apareceu entre o povo, no começo de sua vida pública, como profeta de Nazaré. Tais são alguns dos incidentes registrados nos evangelhos sobre o nascimento e a infância de Jesus.Maravilhosos como nos parecem, não deram na vista do mundo de então. São poucas as pessoas que os testemunharam, ou os esqueceram ou os guardaram para si. Porém se fundou a Igreja, é lícito supor que Maria os revelou aos discípulos. Mateus e Lucas os escreveram cada um a seu modo, o primeiro ilustrando a realeza de Jesus e o cumprimento da profecia, e o segundo explicando a origem de Jesus e a história de seus primeiros anos. Depois de voltar a Nazaré, nada mais se nos diz a respeito da vida de Jesus a não ser o incidente de sua visita a Jerusalém na companhia de seus pais, que o encontraram no templo a discutir com os doutores da lei, quando tinha apenas doze anos, Lc 2: 41-51. Este incidente é instrutivo: mostra que José e Maria continuavam a ser piedosos e fiéis na educação religiosa do menino. Mostra também como se desenvolveu o espírito religioso de Jesus, visto já se mostrar tão interessado nas questões religiosas em que os rabinos instruíram as crianças. Não se deve pensar que o menino de doze anos estivesse a dar lições aos doutores da lei; devemos antes imaginar que era um dos discípulos que se achavam na escola do templo, e que pelas suas perguntas e pelo alcance de sua inteligência provocou a admiração de todos. Este incidente também ilustra a vida humana que Jesus levava. Ele crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens , Lc 2:52. As maravilhas da sua infância eram conservadas em secreto por seus pais. A seus companheiros e aos membros da família, Jesus não pareceria um ente sobrenatural, mas simplesmente um tipo notável pela sua mentalidade e pela pureza de seu caráter. Considerando em conjunto outros fatos incidentalmente mencionados nos evangelhos, podemos formar alguma idéia das circunstâncias em que a infância de Jesus se desenvolveu. Ele era membro de uma família; tinha quatro irmãos e algumas irmãs, Mc 6: 3, etc.
Pensam alguns que estes irmãos eram filhos de José de um primeiro matrimônio; outros opinam que eram eles primos de Jesus. Parece mais natural e mais de conformidade com a Escritura, acreditar que eram filhos de José e Maria depois do nascimento de Jesus. Como quer que seja, Jesus cresceu em família, gozando de seus prazeres e obedecendo à sua disciplina. Como seu pai, exercia o ofício de carpinteiro, 3, de modo que estava acostumado ao trabalho manual. Não lhe faltava a disciplina mental. As crianças dos hebreus eram bem instruídas nas Escrituras, o que se evidencia nos ensinos de Jesus. As parábolas revelam um espírito aberto aos ensinos da natureza, tão fecundos para evidenciar a saberia de Deus nas obras de sua mão. Nazaré, ainda que um pouco oculta, achava-se na orla da parte mais laboriosa do mundo judaico, e perto das mais famosas cenas da história de Israel. Das alturas que lhe indicavam na face posterior, descortinavam-se a olho nu, muitos dos lugares associados a grandes eventos. Não, muito distante, via-se o mar da Galiléia, em cujo horizonte se agrupavam todos os elementos da vida mundial, em miniatura. Era também um período de grande excitação política, em que os lares da família se agitavam com as notícias de acontecimentos sensacionais. Não há razão para supor que Jesus tivesse vida de isolamento. Devemos antes imaginar que ele acompanhava com interesse os acontecimentos progressivos da sua pátria. Quanto à linguagem por ele falada, devia ser o aramaico, idioma este que havia substituído o velho hebreu. A língua grega não lhe seria desconhecida por ser falada geralmente na Judéia. Todo este período de sua vida, os evangelhos não relatam. Os seus escritos não tinham por objeto descrever a vida íntima de Jesus, e sim relatar o seu ministério público. Podemos, no entanto, ver o suficiente para provar a naturalidade da vida de Jesus, a adaptação do meio em que vivia e no qual se preparava par a sua obra futura, e a beleza de seu caráter; e deste modo, apreciar o desenvolvimento gradual de sua humanidade, até chegar o momento de oferecer-se a seu povo como o enviado de Deus. Aproximava-se a hora, quando, talvez no verão do ano 26, João, filho de Zacarias, que até então havia passado vida de devoção ascética no deserto, Lc 1: 80, recebeu de Deus a comissão de convidar o povo a arrepender-se de seus pecados e preparar-se para a vinda do Messias. João andava em volta do vale do Jordão, administrando o rito do batismo a todos que criam na sua mensagem. Chamava o povo e os indivíduos ao arrependimento em tom dos antigos profetas, especialmente do profeta Elias, anunciando que o Messias estava a chegar, para purificar a Israel e fazer expiação pelos pecados do mundo, Mt 3; Mc 1: 1-8; Lc 3: 1-18; Jo 1: 19-36. O efeito do seu ministério foi longe. Desde a Galiléia o povo acudia a ouvi-lo. O sinédrio enviou deputados para saber da autoridade de sua missão, Jo 1: 19-28. Enquanto as classes dirigentes da sociedade se mostravam indiferentes à sua pregação, Mt 21: 25, o vulgo despertava. O caráter puramente religioso da sua mensagem levou muita gente a crer que as esperanças de Israel iam ter o seu cumprimento. O ministério de João Batista durava seis meses ou mais, quando Jesus aparece no meio das multidões, chegando-se a João para ser batizado. Instintivamente, o Batista reconheceu aquele que não precisava de arrependimento para ser batizado; viu nele o Messias e disse: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?" Mt 3: 14. Não se deve pensar que Jesus ignorasse ser ele verdadeiramente o Messias. Pela sua reposta se vê o contrário: "Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça." O batismo significava para ele, em parte, dedicação pessoal à obra anunciada por João, e também queria dizer que ele ia tomar sobre si o pecado do povo que ele veio salvar. Logo que saiu da água, Mc 1: 10; Jo 1: 33, 34, João viu os céus abertos e o Espírito de Deus que descia em forma de pomba e pousava sobre ele; e ouviu-se uma voz que dizia: "Este é o meu Filho amado em quem eu me comprazo" Mt 3: 17. Estava plenamente consumado e consórcio da natureza humana de nosso Senhor com o poder espiritual para o seu ministério. Verdadeiramente homem e verdadeiro Deus, que ele era, provou-o a tentação que imediatamente se seguiu. Não devia iniciar a sua obra sem ter preparo mental adequado. Para evidenciar a sua vocação, foi levado pelo espírito ao deserto. Ali, o grande tentador o foi encontrar procurando perverter os seus propósitos, aplicando-os a fins mundanos e egoísticos. Jesus devia ter relatado a seus discípulos esta provação. Conquanto não possamos duvidar da realidade material do tentador e das feições físicas da cena como a descrevem os evangelistas, Mt 4: 1-11; Lc 4: 1-13, não se deve ignorar que a força da tentação consistia na sutileza com que o mundo foi apresentado a Jesus, em um aspecto muito mais atraente do que a vida de obediência a Deus com seu epílogo. Jesus voltou dali para o Jordão, inteiramente dedicado à sorte que lhe estava destinada para cumprir a vontade de Deus. Sem altas e retumbantes proclamações de seu advento, deu princípio à sua obra. O Batismo o apontou a alguns de seus discípulos, como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Jo 1: 29, 36. Dois deles, João e André, seguiram o novo profeta. Logo depois veio Simão, 35-42. Um dia mais tarde, Filipe e Natanael receberam convite, 43-51. Com este pequeno bando, Jesus regressou à Galiléia, e em Caná operou o seu primeiro milagre em que os discípulos testemunharam os primeiros lampejos da sua futura glória, 2: 1-11. É caso para estranhar que Jesus não fizesse este milagre mais publicamente. O novo movimento começou com uns poucos de obscuros galileus.
A narrativa de João deixa bem claro que Jesus tinha perfeito conhecimento de si e da missão que o trouxe ao mundo. Esperava apenas o momento favorável para se apresentar a Israel como o seu Messias. Este momento devia ser por ocasião da festa da páscoa, abril, de 27. De Cafarnaum, para onde tinha ido com sua família e com os discípulos, 12, subiu a Jerusalém e ali procedeu à purificação do templo, lançando fora os que o profanavam, ato digno de um profeta, reformando o culto de Deus. As palavras de Jesus: "Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai, casa de negociações" 16, indicam que pretendia ser mais do que um profeta. Havia de fato um apelo para todo o Israel para acompanhá-lo na obra de reformar a religião. Foi somente depois de rejeitado, que ele procedeu à organização da nova igreja do futuro. Bem sabia ele que não o haviam de acompanhar, como bem o provou o diálogo com Nicodemos, predizendo, ainda que em linguagem velada, a sua morte às mãos dos judeus, 19, enquanto que, na conversa com Nicodemos, mostra a necessidade de um novo nascimento e a conveniência de seus sofrimentos, 3: 1-21, a fim de que os pecadores pudessem entrar no reino que o amor de Deus lhe havia mandado estabelecer na terra. Devemos ao evangelista João, 2: 13; até cap. 4: 3, a notícia do primeiro ministério de Jesus na Judéia, que durou cerca de nove meses. Depois da Páscoa, Jesus se retirou da cidade, e começou a pregar a necessidade do arrependimento, como o Batista ainda estava fazendo. Por um pouco, os dois operavam em linhas paralelas. Somente depois que João acabou a sua missão, é que Jesus começou a trabalhar sozinho. Finalmente, os discípulos de Jesus foram em maior número que os de João. Não importava, porém, que houvesse rivalidades entre ambos, Jo 4: 1-3. Voltou Jesus novamente para Galiléia. Passando por Samaria, deu-se a notável entrevista com a mulher samaritana, á beira do poço de Jacó, 4-42. Dali seguiu apressadamente para noroeste. Chegado que foi à Galiléia, notou que o precedia a fama de seu nome, 43-45.
Um régulo, cujo filho, estava doente em Cafarnaum, foi ter com Jesus em Caná de Galiléia, rogando-lhe que fosse à sua casa curar a seu filho que estava a morrer, 46-54. Era perfeitamente claro que a Galiléia devia ser o centro de suas operações, porque os campos em roda, estavam branquejando próximos à ceifa, 35. Este fato parecia indicar que havia chegado a hora para começar a sua obra. João Batista havia sido posto na prisão por ordem de Herodes Antipas. A obra do precursor estava terminada. A velha igreja judaica recebeu formal convite para arrepender-se e reformar os seus costumes. Este convite ela desprezou. Jesus, daí por diante, começou a pregar o reino de Deus, na Galiléia, anunciando os princípios geradores da nova dispensação, e formando o núcleo da fatura Igreja . Ministerial, o grande trabalho de Jesus em Galiléia durou dezesseis meses. Centralizou-os em Cafarnaum, empório comercial da província. A população predominante era judaica e aquela região estava escoimada de autoridades eclesiásticas. Evidentemente, Jesus tinha em vista manifestar o verdadeiro reino de Deus, e, por meio de suas maravilhosas obras, tornar evidente a sua autoridade e o caráter do reino espiritual que vinha estabelecer. Queria que cressem nele; manifestou o seu caráter divino e ensinou aos homens as obrigações que tinham para com o seu Deus. Não se apelidou de Messias para evitar a má compreensão por parte dos espíritos prejudicados pelas noções falsas a respeito deste nome. Geralmente, falava de si como sendo Filho do Homem. A princípio não aludiu à sua morte. Não era tempo ainda para ser compreendido sobre este assunto. Ensinou os princípios da verdadeira religião, com a autoridade de sua própria pessoa. Suas obras maravilhosas produziam grandes entusiasmos no povo. As atenções para a sua pessoa generalizaram-se de tal modo em todo o país, de sorte que toda a gente desejava vê-lo e ouví-lo. Como era de prever, os resultados finais não correspondiam aos seus esforços: o povo não compreendia as cousas espirituais. Somente um pequeno grupo lhe era fiel. Todavia, pelos seus ensinos, estabeleceu verdades que o grupo de seus discípulos teriam de levar a todo o mundo, depois de sua morte. Em relação à ordem dos acontecimentos durante o ministério da Galiléia, o leitor poderá consultar o artigo - Evangelhos. Aqui, apenas mencionamos os fatos culminantes da história. O primeiro deles foi o ato inaugural de sua obra, consistindo em milagres, em apelos para crer no Evangelho e no despertamento de entusiástico interesse dos galileus pela pessoa de Jesus. Este ato inaugural compreende também os eventos mencionados na Harmonia dos Evangelhos, começando com o primeiro ato de rejeição em Nazaré, e terminando com o banquete em casa de Levi. O encerramento desta fase de sua obra, que durou cerca de quatro meses, deu em resultado a formação de um centro de geral interesse na Galiléia, e congregar em torno de sua pessoa um pequeno grupo de fiéis e dedicados discípulos. Pouco se diz ainda acerca da doutrina, mas desse pouco e dos milagres que operou, tais como, a cura do endemoninhado, Mc 1: 23-27, a cura do leproso, 40-45, a cura do paralítico, 2: 1-12, a pesca miraculosa, Lc 5: 1-12, é claro que a substância de sua mensagem estava compreendida na leitura que ele fez na sinagoga em Nazaré, 4: 18-21: "O Espírito do Senhor repousou sobre mim, pelo que ele me consagrou com a sua unção, e enviou-me a pregar o Evangelho aos pobres, a sarar aos quebrantados de coração, anunciar aos cativos redenção, e aos cegos vista; a por em liberdade aos quebrantados para seu resgate, a publicar o ano favorável do Senhor, e o dia da retribuição. "O aspecto do trabalho em breve mostrou nova feição, graças à resistência dos fariseus. Começa aqui a segunda fase do ministério de Jesus em Galiléia. Agora ele visita Jerusalém, Jo 5: 1, cura um paralítico em dia de sábado, por cujo motivo explode contra ele o ódio dos rabinos e dos sacerdotes. Este conflito parece que Jesus o provocou muito de propósito, com o fim de mostrar as diferenças entre o espírito de sua doutrina e os ensinos do judaísmo. Vê-se nele verdadeiro intérprete do Antigo Testamento, dando o sentido real das doutrinas, com expresso apelo à sua autoridade como Filho de Deus, divinamente destinado para instruir os homens. Esta nova fase compreende, além do que se contém no cap. 5 de João, mais os incidentes da colheita das espigas e da cura de um homem que tinha a mão ressequida.
O conflito com os fariseus e o interesse crescente que o povo mostrava por Jesus, deu origem à terceira fase desta parte de seu ministério, com a organização de seus discípulos em um corpo; nomeia os doze apóstolos, no famoso sermão da montanha descreve o caráter e a vida dos verdadeiros membros do Reino de Deus, sublime exibição de uma existência genuinamente religiosa, em evidente harmonia com o Pai celestial, consagrada ao seu serviço, na salvação do mundo, real cumprimento da antiga lei, ainda que em oposição ao formalismo e à superfluidade dos fariseus, ideal de confiança e de comunhão com seu Deus. No sermão do monte, Jesus não ensinava o caminho da salvação, nem sintetizava as doutrinas de seu evangelho. Neste sermão, em que atacava o farisaísmo e a ignorância popular, ensinava, ao mesmo tempo que a vida espiritual é a manifestação do reino de Deus, no qual se entra pela fé em Jesus. Feito, como foi, o esboço da nova organização, chegamos à quarta fase, que se caracteriza por uma sucessão de milagres e de viagens pela baixa Galiléia, em companhia de seus apóstolos, com o fim de estender a sua influência.
Esta fase desenvolve-se harmônicamente, desde o final de seu sermão do monte, até ao tempo em que Herodes indagou quem era o novo profeta. Durante estes meses cresceu o interesse popular acerca de Cristo, e na mesma proporção, cresceu também a oposição dos fariseus. O mais notável ponto desta história é o dia das parábolas. A parábola era uma forma de instrução em que Jesus não tinha rivais. Era um meio de ministrar a verdade às mentes receptivas, e ao mesmo tempo evitar o emprego de expressões que pudessem servir de arma na mão de seus inimigos. O ensino, por meio de parábolas, neste período, revela a gravidade crescente da situação, que exigia prudentes reservas da parte de Cristo. É digna de grande admiração a incomparável perícia com que ele incorpora nestas simples histórias as mais profundas verdades, a respeito da origem e desenvolvimento do seu reino espiritual que estava fundando neste mundo, bem como dos perigos e dos destinos a ele inerentes. Afinal, sobreveio uma crise à sua obra em Galiléia. Herodes Antipas começou a indagar acerca de Jesus, fato este que podia originar complicações, como já havia acontecido com João Batista, que o levaram à prisão e que originaram a sua morte. Contudo, a nova situação dava ao povo boa oportunidade de experimentar suas relações com a verdade. Nesta ocasião ocorreu um fato que veio resolver a crise. Jesus se havia retirado com os doze a um lugar deserto. As multidões acompanharam-no e acamparam-se a nordeste do mar de Galiléia. Compadecido de suas necessidades, Jesus as alimentou, milagrosamente, sustentando-as com cinco pães e dois peixes. Eram cinco mil os que comeram, e todos ficaram fartos. Subiu de tal modo o entusiasmo dos galileus, que o queriam arrebatar para o fazerem rei, Jo 6: 15. Este fato veio provar quão longe estavam eles de compreender a sua missão. Ia chegando o tempo de dar fim à sua obra. Desde o princípio que ele dava a entender que veio a este mundo para ser entregue à morte, e que somente pela morte poderia salvar o mundo, Jo 3: 14, 15. Era tempo de se preparar para o sacrifício. No dia que se seguiu ao milagre dos cinco pães, Jesus proferiu em Cafarnaum, o discurso recordado no cap. 6: 22-71, falando de si como sendo o pão da vida, e da necessidade que todos tinham de comer a sua carne e de beber o seu sangue para terem vida. Depois de algumas objeções dos fariseus sobre práticas cerimoniais da religião, Mc 7: 1-23, foi com seus discípulos para os confins de Tiro e de Sidônia.
O período seguinte da vida de Cristo é o último do seu ministério em Galiléia, e durou seis meses. Foi a única vez que Jesus penetrou em território de gentios, i, é, em Tiro e Sidônia. Tendo passado para o lado sul ao longo do Jordão superior, e do mar de Galiléia, encontramo-lo na região de Decápolis. Voltou de novo para a parte setentrional da Galiléia e, finalmente, entrou em Cafarnaum. Neste período, dedicou-se principalmente a preparar o espírito de seus discípulos para a morte que se avizinhava e falava-lhes sobre a extensão de seu reino, entre todos os povos. Pregou pouco e isso mesmo de preferência aos gentios, ou às populações mistas do oriente e do sul do mar de Galiléia. Finalmente, perto de Galiléia de Filipos, na raiz do Monte Hermom, provocou a confissão de seus discípulos, declarando-se estes quanto ao caráter de sua pessoa, e, em seguida, disse-lhes claramente que ia a Jerusalém para ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. E disse-lhes mais: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me." Pouco depois, deu-se a transfiguração, em que três de seus apóstolos testemunharam a sua glória e em que, com sublime exaltação de espírito, se anunciaram, e que Moisés e Elias relembraram. Continuou a repetir a predição de sua morte. Chegando a Cafarnaum, instruiu seus discípulos, Mt 18, sobre o serviço de Deus, para o qual deviam ser abnegados, humildes e amorosos, de que ele era exemplo permanente.
Estamos agora no princípio do outono do ano 29. Jesus sai de Cafarnaum pela última vez e dirige-se para Jerusalém, Lc 9: 51. O período seguinte de seu ministério é a última jornada que ele faz para aquela cidade. É impossível acompanhar com exatidão a ordem das viagens que Jesus fez, porque Lucas, que nos serve de base neste estudo, não é muito exato no seu método de narrações cronológicas. As feições salientes deste período são suficientemente claras. Jesus procura atrair a atenção pública de todo o país, inclusive a Judéia. Enviou setenta discípulos para anunciarem a sua vinda; visitou Jerusalém pela festa dos tabernáculos, Jo 7, e outra vez, na festa da dedicação, 10: 22, e em ambas as vezes, mostrou-se ao povo, chamando-se a luz do mundo, o bom pastor do rebanho divino, valorosamente disputando com os doutores que se opunham à sua doutrina. Andou pela Judéia e pela Peréia, explicando em discursos e com a maior beleza de ilustrações de que nunca antes o fizera, a verdadeira vida religiosa, a noção real da idéia de Deus e da natureza de seu serviço. Aqui entram as parábolas do samaritano, do banquete de núpcias, da ovelha perdida, da dracma, do filho pródigo, do servo infiel, do rico e Lázaro, da viúva importuna, do fariseu e do publicano. Assim, ao mesmo tempo que a oposição dos inimigos se mostrava mais violentas e feroz, culminando em um fato de mais intenso valor.
Vieram contar a Jesus que o seu amigo Lázaro de Betânia estava doente. Indo vê-lo, achou que havia quatro dias tinha sido sepultado. Jesus chamou-o à vida, operando um milagre que deixava a perder de vista quantos havia feito antes, 11: 1-46, tão estupendo, e operado tão perto de Jerusalém, que produziu ali grande sensação, não só entre o povo da capital como do sinédrio, que tinha como presidente o pontífice Caifás. Reunido o conselho dos pontífices e dos fariseus, decidiram que a influência de Jesus só poderia ser aniquilada pela morte, 47-53. Daqui em diante, Jesus subtraía nas vistas do povo, 54, evidentemente determinado a não se entregar antes da páscoa. Logo que se avizinhou o dia da festa, foi-se chegando à cidade, vindo de Peréia, Mt 19 e 20; Mc 10; Lc 18: 15 até cap. 19: 28. À medida que se aproximava, ia profetizando, até que chegou novamente a Betânia, seis dias antes da festa, Jo 12: 1. Em Betânia, Maria, irmã de Lázaro, ungiu-lhe os pés e a cabeça, quando Jesus ceava, fato este que silenciosamente anunciava a morte do Senhor. No dia seguinte, deu-se a entrada triunfal em Jerusalém, com grande desafio à inveja e ao ódio dos príncipes dos sacerdotes. Entrou montado em um asninho, simbolizando o espírito pacífico do reino que veio fundar na terra. De volta, mais uma vez a Jerusalém, e pelo caminho encontrou uma figueira coberta de folhas, porém sem fruto algum, a qual ele amaldiçoou, emblema da igreja judaica, tão pretenciosa porém, vazia de frutos. Então, como havia feito três anos antes, purificou o templo, lançando fora os cambiadores que profanavam os átrios, tácito convite à nação para acompanhá-lo na purificação de Israel. Os peregrinos que tinham vindo para a festa que o haviam aclamado na sua entrada triunfal agrupavam-se em torno de Jesus, plenos de entusiasmo. Apesar disso, os inimigos conservavam intenso ódio. No dia seguinte, terça-feira, Jesus chega de novo à cidade, e entra no templo. O sinédrio enviou ao seu encontro uma deputação para saber dele com que autoridade fazia todas estas cousas. Recusou responder como desejavam, uma vez que estavam resolvidos a dar-lhe a morte. Por meio das parábolas dos dois filhos, do feitor iníquo e das bodas do filho do rei, pôs em relevo a desobediência às leis de Deus, a falta de fidelidade para com Ele e as funestas conseqüências que viriam sobre a cidade e a igreja. Com o intuito de encontrar motivos para acusações e enfraquecer a sua autoridade, vários grupos o assediaram com perguntas. Os fariseus e os herodianos foram perguntar-lhe se era lícito dar tributo a César; os saduceus interrogavam-no sobre a ressurreição; um doutor da lei, queria saber qual era o grande mandamento da lei. Pelas suas repostas reduziu ao silêncio a cada um dos adversários, e confundiu-os, citando as palavras de Davi, dirigidas ao Messias como seu Senhor, porquanto, a linguagem do salmista, bem mostrava que Jesus não blasfemava, quando se dizia filho de Deus. Este foi um dia de grande conflito. Jesus denunciou com veemência, a indignidade dos condutores de Israel, Mt 23: 1-38. Quando alguns gregos mostraram desejo de vê-lo, Jesus descobriu nisso a futura rejeição dos judeus, e que os gentios o receberiam. Estava prestes a realização destas palavras, Jo 12: 20-50.
Ao sair do templo, disse com tristeza a seus discípulos que brevemente aquele esplêndido edifício seria destruído.
No mesmo dia à tarde, revelou a quatro de seus discípulos a destruição da cidade. Anunciou-lhes que o seu Evangelho seria espalhado em todo o mundo, que os crentes sofreriam grandes perseguições. Profetizou a sua volta ao mundo, mostrando-nos que no meio da tempestade levantada pelas hostilidades judaicas, o Mestre divino conservava a visão clara do seu futuro e caminhava ao encontro do sacrifício com certeza na vitória final. Talvez que na noite daquele dia ficasse decretada a morte de Jesus. Judas, um dos doze, segundo se crê, há muito havia abandonado a idéia de ser fiel ao Mestre. A declaração que Jesus fez sobre a espiritualidade do seu reino, havia de tê-lo ofendido, porque, segundo escreve o apóstolo João, era ele homem avarento. Na ceia em Betânia, ficou perfeitamente demonstrada a falta de simpatia que ele tinha por Jesus. Cresciam mais e mais as desilusões de proventos materiais; agora Jesus falava de sua morte, e, por isso, resolveu tirar algum proveito, entregando-o aos sacerdotes, mediante preço ajustado. O plano concebido devia ser executado depois da festa, quando a cidade seria evacuada pelos forasteiros. Na falta de provas reais contra Jesus, acharam de bom aviso aproveitaram-se da proposta de Judas. O dia de quarta-feira, Jesus o passou em recolhimento talvez em Betânia. Na quinta-feira, à tarde, devia ser morto o cordeiro pascoal e depois do sol-posto tinha cabimento a ceia, começando então o sétimo dia da festa em que se comiam os pães asmos. Neste dia, Jesus enviou Pedro e João à cidade a fim de prepararem o que era mister para ele comer a páscoa com seus discípulos. Enviou-os à casa de um discípulo ou de um amigo, Mt 26: 18, e para ajudá-los na pesquisa, disse-lhes: Sair-vos-á ao encontro um homem que levará uma bilha de água, ide atrás dele, e ele nos preparará secretamente o lugar, sem conhecimento dos demais, com o fim provável de que Judas não descobrisse aos sacerdotes e viesse perturbar na última hora a íntima comunhão com os seus discípulos. Chegada que foi a tarde, celebrou Jesus a páscoa. Para seguir a ordem dos fatos durante a tarde, vide a Harmonia no artigo Evangelho. Alguns pensam, baseados no Evangelho segundo João, 13: 1, 29; 18: 28; 19: 31, que Jesus foi crucificado no dia 14 do mês de Nisã, dia em que se matava o cordeiro pascoal, e portanto, que ele não celebrou a páscoa no tempo regular, porém, que adiantou um dia. Esta opinião não encontra apoio na linguagem de Mt 26: 17-19, de Mc 14: 12-16, e de Lc 22: 7-13, 15. A expressão citada no evangelho segundo João e que serve de fundamento à opinião referida, pode ser explicada, por hipótese como abaixo se vê (*): Deve-se notar que provavelmente Judas se retirou da celebração da páscoa, e que Jesus predisse por duas vezes a negação de Pedro, uma no quarto alto, e outra, no caminho para o Getsêmani. O evangelista João não relata a celebração da páscoa, porém, relata os discípulos entristecidos pela idéia da separação. Nesses discursos, revelou ele a união indissolúvel das relações espirituais que os ligariam ao Mestre, e a missão do Espírito Santo para confortá-los. Recorda também a oração sacerdotal sublime nas expressões de amor e ternura, cap. 17. em caminho para o Jardim das Oliveiras, Jesus declarou-lhes que em breve seriam espalhados, e convocou-os para uma reunião na Galiléia logo depois de ressuscitar. A agonia no Getsêmani foi a última rendição de sua pessoa ao sacrifício, interrompida pela chegada de Judas, acompanhado de soldados, tirados da guarnição que estacionava perto do templo, sob pretexto de prender uma pessoa sediciosa, Jo 18: 3, 12. Em companhia dos soldados vieram também as guardas dos levitas e os servos do sumo sacerdote. Judas sabia que o Mestre descansava ali. Supõem alguns que ele tinha primeiro subido ao quarto alto, e sabendo que Jesus tinha ido para o Monte das Oliveiras, em cuja base estava o Jardim, seguiu-o de longe. Depois de ligeiras perguntas, Jesus entregou-se à prisão. Neste momento, os discípulos o abandonaram e fugiram. A escolta levou-o primeiramente à casa de Anás, 13, sogro de Caifás, onde sofreu o primeiro interrogatório, enquanto se reunia o sanedrim, 13, 14, 19-24. É provável que Anás e Caifás morassem no mesmo palácio, porque a negação de Pedro deu-se no átrio do palácio, quando foi do primeiro interrogatório perante Anás, e também quando se procedia ao segundo, em presença do sanedrim. No primeiro exame, Jesus se negou a responder, e, por isso, procuravam testemunhas que viessem depor contra ele. Manietado, conduziram-no à presença de Caifás, onde o sanedrim se reuniu apressadamente. Não puderam colher provas contestes para acusá-lo de blasfêmia, crime este que desejavam evidenciar, pelo que, o sumo sacerdote se viu forçado a conjurá-lo para que dissesse se ele era o Messias. Jesus respondeu da maneira mais explícita. Acendeu-se a ira do tribunal que imediatamente o declarou digno de morte pelo crime de blasfêmia. A decisão injusta do tribunal provocou o escárnio da multidão. Segundo a lei, as decisões do sanedrim só tinham efeito jurídico, quando tomadas de dia. Por isso, muito de manhã, o tribunal reuniu-se de novo, observando as mesmas formalidades anteriores, Lc 22: 66-71. A execução das penas contra delinqüentes, só poderia efetuar-se com a permissão do governador, e para isso apressaram-se levar Jesus à presença de Pôncio Pilatos. Este açodamento tinha por fim evitar que algum movimento popular viesse prejudicar o julgamento. Pilatos ocupava o palácio de Herodes no Monte Sião. A distância desde a casa do sumo sacerdote não era muito grande. Era ainda muito cedo, quando o governador foi chamado para atender ao requerimento dos sacerdotes. Queriam que assinasse a sentença de morte sem tomar conhecimento das causas. Ele se recusou a isso, Jo 18: 29-32. Acusavam a Jesus de perverter a nação, e vedar o tributo a César e de se fazer rei, Lc 23: 2. Pilatos perguntou-lhe: "Tu és rei?" a que ele respondeu: "Tu o dizes" 3. De novo o governador o interrogou em particular, Jo 18: 33-38, descobrindo que nenhuma culpa ele tinha. Daí em diante procurava inocentá-lo, dizendo ao povo: "Eu não acho nele crime algum."
O governador receava muito contrariar os desejos de seus súditos que pediam insistentemente a condenação de Jesus à morte pela crucificação. Ele então lançou mão de vários expedientes para afastar de si a responsabilidade. Sabendo que Jesus era da província de Galiléia, mandou que o levassem a Herodes Antípas , Lc 23:7-11 , que nesse tempo se achava em Jerusalém. Este, por sua vez, recusou exercer jurisdição. A grita popular crescia mais e mais. Pilatos propôs a soltura de Jesus pela páscoa segundo lhe era facultado. Esperava que a popularidade de Jesus o havia de arrebatar da mão dos sacerdotes. Triste engano: o povo pediu que lhe soltasse a Barrabás. O pedido que sua mulher lhe fez aumentou a sua ansiedade para soltar a Jesus. Apesar de todos os seus esforços, a multidão mostrava-se sedenta de sangue. Pilatos temia ir de encontro às suas convicções, mas a sua fraqueza consentiu no crime. Previamente, o condenado era açoitado. Tentando ainda mais um esforço, e desejando ao mesmo tempo agradar aos judeus, veio fora e disse ao povo: "Eis aqui vo-lo trago para que saibas que eu não acho nele crime algum. Saiu, pois, Jesus, trazendo uma coroa de espinhos e uma veste de púrpura e Pilatos disse: "Eis aqui o homem." Então os príncipes dos sacerdotes e os seus oficiais, tendo-o visto, gritaram dizendo: "Crucifica-o. Nós temos uma lei, e ele deve morrer segundo a lei, pois se fez filho de Deus" Jo 19: 1-7. Pilatos pois, como ouviu estas palavras, temeu ainda mais, e entrou outra vez no pretório, e disse a Jesus: "Donde és tu?" Jesus não deu resposta alguma. Procurando ainda algum meio de o livrar, os judeus gritaram: "Se tu livras a este, não és amigo de César, porque todo que se faz rei, contradiz a César" 8-12. Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe para fora a Jesus, e assentou-se no seu tribunal para dar a sentença. Jesus ia ser crucificado. Não era a execução de uma sentença, e, sim, um assassinato jurídico. A sentença era confiada a quatro soldados, Jo 19: 23, sob o comando de um centurião. Mais dois condenados iam ser executados: eram dois ladrões. Geralmente as vítimas carregavam a sua cruz inteira, ou somente a parte transversal. Jesus parece que a carregou inteira, porque caiu desfalecido, sob o seu peso. O lugar do sacrifício estava a curta distância da cidade (Vide Gólgota). O paciente costumava ser pregado à cruz antes de a erguerem, firmando-a ao chão em um buraco previamente aberto. A causa da condenação era posta por cima da cabeça do condenado e escrita numa tábua. A de Jesus estava escrita em hebraico, grego e latim e dizia: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus, 19: 19. Marcos relata que o ato da crucificação consumou-se à terceira hora (nove da manhã). Sabendo-se que o processo começou logo ao amanhecer, Lc 22: 66, não é para estranhar que tudo estivesse pronto às nove horas, de acordo com a precipitação dos judeus, desde o princípio, empenhados na condenação de Jesus. Deixaremos de mencionar os incidentes relatados nos evangelhos, ocorridos durante a crucificação. Os pacientes muitas vezes permaneciam alguns dias vivos; o corpo enfraquecido de Jesus não podia suportar tão longa agonia. À nona hora (três da tarde), expirou, dando grande grito. As palavras que proferiu na cruz indicam que ele conservou a lucidez de espírito até ao fim, e que tinha pleno conhecimento de tudo que se passava e do valor e importância de seu sacrifício. Por ocasião de sua morte, parece que havia poucas pessoas presentes. A multidão que acompanhava os condenados ao Calvário, havia-se retirado para a cidade. Os sacerdotes que o escarneceram, também haviam saído. Só alguns dos discípulos e os soldados ficaram até ao fim. Os inimigos não tinham certeza de sua morte. Não querendo que os corpos ficassem na cruz durante o dia de Sábado. Foram a Pilatos e pediram-lhe que mandasse quebrar as pernas dos condenados. Os soldados executaram a ordem, quanto aos dois ladrões, deixando de o fazer na pessoa de Jesus, por o haverem encontrado morto. Um dos soldados feriu-lhe o lado com uma lança para certificar-se de sua morte. O apóstolo João que ali estava, viu que da ferida aberta saiu sangue e água, 19-34. Jesus parece ter morrido, literalmente quebrantado de coração. Logo depois, José de Arimatéia, discípulo oculto de Jesus, homem rico e membro do sanedrim e que não havia consentido na condenação de Jesus, Lc 23: 51, quando soube da sua morte pediu o corpo e sepultou-o num sepulcro aberto em rocha, onde ainda ninguém tinha sido posto. É claro que os discípulos estavam inteiramente desconcertados e profundamente abatidos pela inesperada prisão e morte de seu Senhor. Apesar de haverem sido previamente avisados da morte e conseqüente ressurreição de Jesus, ao terceiro dia, as esperanças se haviam enfraquecido sensivelmente; pois, tendo Jesus ordenado que o esperassem na Galiléia, eles permaneciam em Jerusalém. Não é de estranhar que assim procedessem, levando em conta os efeitos produzidos em seu espírito pela tristeza e pelo desapontamento. Jesus apareceu-lhes em Jerusalém e suas vizinhanças. Os evangelistas não visam dar notícias completas dos acontecimentos, nem pretendem por em ordem as evidências em favor da ressurreição. As provas deste fato existem no testemunho repetidas vezes, 1Co 15: 3-8. Encontra-se nos evangelhos grandes números de incidentes, cuja importância consiste, ou no seu valor intrínseco, ou no merecimento da instrução espiritual que eles fornecem aos crentes. A ordem dos fatos referentes à ressurreição de Jesus, é mais ou menos a seguinte: No primeiro dia da semana, logo ao amanhecer, umas piedosas mulheres de Galiléia foram ao sepulcro para o sepultamento definitivo. A primeira visita foi de Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé, Mc 16: 1. O outro grupo de visitantes compunha-se destas mesmas mulheres, mais Joana e outras mulheres que estavam com ela, Lc 24: 10. As primeiras mulheres viram que a pedra estava revolvida do sepulcro, que o corpo havia desaparecido e foram dar notícias a Pedro e a João, Jo 20: 1, 2. As suas companheiras entraram no sepulcro por boca do anjo que Jesus havia ressuscitado, de que deram notícias aos discípulos, Mt 18: 1-7; Mc 16: 1-7. Quando se retiravam apressadas, supõe-se que encontraram outras mulheres em demanda do sepulcro e que todas elas voltaram a ele, recebendo de dois anjos a confirmação do milagre, Lc 24: 1-8. As mulheres, voltando do sepulcro, contaram todas estas cousas aos onze e a todos os demais. No caminho, Jesus saiu-lhes ao encontro, Mt 28: 9, 10. Maria Madalena havia contado a Pedro e a João que o sepulcro estava vazio; estes, saindo, foram ao sepulcro, e verificaram a verdade, Jo 20: 3-10. Maria acompanhou-os até lá. Voltando eles para casa, ficou só, e a ela só, Jesus apareceu, 11-18. Todas elas, voltando a ter com os discípulos, contaram-lhes tudo o que tinham visto. Não era unicamente no testemunho das mulheres que repousavam a fé na ressurreição de Cristo. Naquele mesmo dia apareceu a Pedro, Lc 24: 34; 1 Co 15: 5, logo em seguida a dois discípulos que iam para Emaús, Lc 24: 13-35, e na tarde do mesmo dia a todos os discípulos, exceto Tomé, 36: 43; Jo 20: 19-23. Nesta ocasião comeu diante deles, provando a realidade física de sua ressurreição. Tomé, contudo, não deu crédito. Os discípulos continuavam em Jerusalém. No domingo seguinte, Jesus apareceu outra vez a todos e provou ao discípulo a realidade da sua pessoa, Jo 20: 24-29. Parece que os apóstolos foram para Galiléia. O evangelista João conta que Jesus apareceu a sete discípulos que pescavam no Mar de Galiléia, cap. 21. Sobre um monte da Galiléia, onde Jesus lhe havia ordenado que se achassem, ele apareceu-lhes e deu-lhes a grande comissão de "ensinar todas as gentes" com o auxílio de sua presença constante" Mt 28: 16-20. Pode ser que esta fosse a ocasião em que se achavam reunidos mais de quinhentos irmãos, 1 Co 15: 6. Logo em seguida, apareceu também a Tiago, 7, mas não sabemos em que lugar. Finalmente, vieram outra vez a Jerusalém e Jesus os levou até Betânia, e levantando as mãos os abençoou, Lc 24: 50, 51. E aconteceu que, enquanto os abençoava, se ausentou deles e o recebeu uma nuvem que o ocultou a seus olhos, At 1: 9-12. Temos pois, recordado em o Novo Testamento o aparecimento de Jesus em dez ocasiões diferentes depois de haver ressuscitado, além daquela vez em que se encontrou com Saulo de Tarso no caminho de Damasco, 1 Co 15: 8. É possível que se tenham dado outras aparições que não foram registradas. Diz Lucas, At 1: 3, "que ele se mostrou a si mesmo vivo, com muita provas, depois da sua paixão, aparecendo-lhes por quarenta dias." Não estava sempre com eles como fazia antes: aparecia-lhes ocasionalmente, Jo 21: 1. Os quarenta dias decorridos entre a sua ressurreição e a ascensão, formaram um período de transição, em que os discípulos se preparavam para a sua obra futura. Era preciso que eles tivessem provas amplas, repetidas e variadas acerca da ressurreição, como já temos visto; era preciso que eles estivessem plenamente convencidos de que a morte de Cristo se impunha, e que tivessem conhecimento dos caracteres do reino que ia ser estabelecido por meio deles. No cumprimento das Escrituras, que falavam da morte e ressurreição de Cristo, teriam eles a prova de que a nova dispensação era o prolongamento da antiga. O conhecimento destas cousas não o podiam obter senão depois da morte de Jesus, e durante estes quarenta dias, Lc 24: 44-48; Jo 20: 21-23; 21: 15-22; At 1: 3-8. Finalmente as experiências recebidas neste período, prepararam os discípulos a pensar em seu Mestre como ausente, mas vivo; como invisível, mas sempre junto dele; como ressuscitado para nova vida e retendo a antiga natureza e o antigo corpo, agora glorificado, que tanto amavam; como exaltado, mas ainda o mesmo. Deste modo, poderiam eles ir mundo afora proclamar a Jesus como o Filho de Deus glorificado, cingindo a coroa dos reis de Israel, e ao mesmo tempo, sendo o homem de Nazaré e o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Entretanto, corria ente os Judeus que os discípulos haviam furtado o corpo. E foi para evitar isto que pediram guardas a Pilatos para junto do sepulcro. Quando se deu a ressurreição, confirmada por um anjo que havia descido e tirado a pedra do sepulcro, os soldados foram dominados por grande susto, fugindo. Pagãos e supersticiosos como eram, sem dúvida não se impressionaram menos pelo que tinham visto, do que as pessoas ignorantes, quando pensam ver pensam ver almas do outro mundo. Os príncipes dos sacerdotes, julgando, provavelmente, que se tratava de alguma manobra dos discípulos, deram aos soldados grande soma para dizerem que os discípulos haviam furtado o corpo enquanto eles dormiam, Mt 28: 11-15. No dia de pentecostes começaram a dar testemunho da ressurreição de Jesus, e o número dos crentes aumentou rapidamente, At 2. Não aduzindo provas em contrário, os sacerdotes lançaram mão da violência para os fazer calar, At 4. Não foi nosso intuito, neste artigo, expor os ensinos de Jesus, e, sim, dar um esboço histórico da sua vida. Vê-se, pelo que se colhe dos evangelhos, que ele fez a revelação gradual de sua pessoa e da sua obra, o que constitui uma das evidências mais fortes das verdades em que se baseia o nosso conhecimento. A sua natureza humana faz com que ele apareça na história como sendo verdadeiramente homem, vivendo sob a influência do meio, com objetivo seguro. Era personagem genuinamente humana e, portanto, servindo de assunto para estudo histórico. Ao mesmo tempo declarou ser mais do que simples homem, Mt 11: 27; Jo 5: 17-38; 10: 30; 17: 5. etc. À medida que ia se revelando, os discípulos iam conhecendo melhor o seu caráter divino, Mt 16: 16; Jo 20: 28. As experiências finais, corroboradas pelo testemunho do Espírito Santo, fixaram, de uma vez para sempre a crença na divindade de Jesus. O último dos apóstolos sobrevivente, que escreveu o quarto evangelho, ocupou-se especialmente em descrever a carreira de Jesus neste mundo, tratando de por em evidência a sua natureza divina, o Verbo que se fez carne, sem contudo esconder a sua natureza humana. A respeito de sua pessoa, diz ele: "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" Jo 1: 1. E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória como a do Filho Unigênito de Deus, cheio de graça e de verdade" 14. "Estas cousas foram escritas" conclui ele, "para que vós creias que Jesus é o Cristo, Filho de Deus, e de que, crendo-o assim, tenhais a vida em seu nome" 20-31.

Nota
(*) Às palavras do cap. 13: 1 do evangelho segundo João significam que tudo que se acha no cap. 13, se deu antes da festa da páscoa, é antes uma nota introdutória, descrevendo o espírito meigo com que Jesus ia celebrar aquela fatal solenidade. As palavras do v. 29, "compra as cousas que havemos mister para o dia da festa" podem referir-se às cousas necessárias para o dia seguinte, dia em que o povo fazia as suas ofertas. Às palavra do cap. 18: 28, comerem a páscoa, podem simplesmente significar para esperarem a páscoa. Também as palavras do cap. 19: 31, a preparação, não querem referir-se à preparação de páscoa, mas à preparação para o sábado.


PERGUNTAS E RESPOSTAS DA BÍBLIA

Aqui, você encontrará mais de 100 perguntas bíblicas e as respectivas respostas, seguidas do texto bíblico onde as respostas são encontradas..
Gerais
Quais os livros da Bíblia que tem apenas 1 capítulo ? R: Obadias, Filemom, II João, III João e Judas.
Quais os livros da Bíblia que terminam com um ponto de interrogação ? R: Lamentações, Jonas e Naum.
Qual o menor livro da Bíblia ? R: II João (possui somente 13 versículos).
Qual o maior livro da Bíblia ? R: Salmos (possui 150 capítulos).
Qual o menor capítulo da Bíblia ? R: Salmo 117 (possui 2 versículos).
Qual o maior capítulo da Bíblia ? R: Salmo 119 (possui 176 versículos).
Qual o menor versículo da Bíblia ? R: Êxodo 20-13 (possui 10 letras).
Qual o maior versículo da Bíblia ? R: Ester 8-9 (possui 415 caracteres).
Quantas palavras a Bíblia contêm aproximadamente ?R: 773.693 palavras.
Quantas letras a Bíblia contêm aproximadamente ? R: 3.566.480 letras.
Quantos capítulos e quantos versículos a Bíblia possui ? R: 1.189 capitulos e 31.102 versículos.
Em quais os livros da Bíblia não encontramos a palavra Deus ? R: Ester e Cantares de Salomão.
Gênesis
Quem foi o primeiro bígamo citado na Bíblia e quais eram os nomes das esposas ? R: Lameque. Ada e Zilá. Gênesis 4-19.
Quem foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado ? R: Jabal. Gênesis 4-20.
Quem foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta ? R: Jubal. Gênesis 4-21.
Quem era rei e sacerdote ao mesmo tempo ? R: Melquisedeque. Gênesis 14-18.
Qual é a única mulher cuja idade é mencionada na Bíblia ? R: Sara. Gênesis 23-1.
Onde lemos na Bíblia de camelos se ajoelhando ? R: Gênesis 24-11.
Quais os nomes dos filhos de Abraão ? R: Zinrá, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque, Sua (filhos de Quetura), Isaque (filho de Sara) e Ismael (filho de Hagar). Gênesis 25-2,9.
Êxodo
Qual a mãe que recebeu um salário para criar o seu próprio filho ? R: Joquebede, mãe de Moisés. Êxodo 2-8,9,10.
Qual o nome do homem acusado por sua esposa de derramar sangue ? R: Moisés. Êxodo 4-24,25. Qual o sobrinho que se casou com a sua tia ? R: Anrão, pai de Moisés. Êxodo 6-20.
Onde se lê na Bíblia que as águas, por serem amargas, não serviam para consumo, porém tornaram-se doces depois ? R: Êxodo 15-23,24,25.
Onde se encontra a lei, por meio da qual um escravo ganhava liberdade por perder um dente ? R: Êxodo 21-27.
Onde se lê na Bíblia que os israelitas foram advertidos para obedecerem a um Anjo ? R: Êxodo 23-20,21.
Números
Qual o rei teve os seus inimigos abençoados pelo profeta que ele tinha chamado para os amaldiçoar ? R: Balaque, rei de Moabe. Números 22-5,6,12 + Números 23-11,12.
Qual o cavaleiro que teve o seu pé imprensado contra o muro? R: Balaão. Números 22-25.
Deuteronômio
Onde se lê na Bíblia sobre a conservação da natureza ? R: Deuteronômio 20-19.
Quais os alimentos que o povo de Israel não comeu durante os 40 anos de peregrinação pelo deserto ? R: Pão e vinho. Deuteronômio 29-5,6.
Quais as 4 cidades mencionadas na Bíblia que foram destruídas por causa da ira de Deus ? R: Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim. Deuteronômio 29-23.
Quem foi sepultado por Deus em um vale? R: Moisés. Deuteronômio 34-5,6.
Josué
Que homem, citado na Bíblia, era o mais alto no meio do seu povo (que era formado por gigantes) ? R: Arba. Josué 14-15.
Onde se lê na Bíblia o nome de um estado brasileiro e de sua capital ? R: Pará - Josué 18-23 e Belém - Josué 19-15.
Juízes
Que rei reconheceu que Deus fez com ele o mesmo que ele tinha feito aos seus inimigos ? R: Adoni-Bezeque, rei de Bezeque. Juízes 1-6,7.
Qual o rei citado na Bíblia pelo seu peso ? R: Eglom, rei dos moabitas. Juízes 3-17.
Qual o juiz de Israel que libertou o seu povo, usando um ferrão de tocar bois ? R: Sangar. Juízes 3-31.
Qual o comandante de Israel que disse que só iria à batalha se uma mulher fosse com ele ? R: Baraque. Juízes 4-4,6,8,9.
Qual a mulher que acolheu o seu inimigo e depois o matou ? R: Jael. Juízes 4-18,21.
Qual a mãe que aguardava ansiosamente seu filho, olhando pela janela ? R: Mãe de Sísera. Juízes 5-28.
Qual o filho de um juiz de Israel que, depois da morte do seu pai, se declarou rei junto a seus irmãos e depois os matou ? R: Abimeleque. Juízes 9-1,2,3,4,5,6.
Qual o juiz de Israel tinha 30 filhos, que cavalgavam 30 jumentas e tinham 30 cidades ? R: Jair. Juízes 10-4.
Que personagem bíblico prometeu sacrificar ao Senhor a 1ª pessoa que visse ao voltar vitorioso da batalha e quem foi sacrificado ? R: Jefté. Sua filha. Juízes 11-30,31,32,34,35,39,40.
Qual o homem que, depois de morto, matou mais pessoas que em sua vida ? R: Sansão. Juízes 16-30.
Rute
Qual era o nome da bisavó de Davi ? R: Rute. Rute 4-13,16,17.
I Samuel
Qual o juiz que morreu após cair da cadeira para trás ? R: Eli. I Samuel 4-18.
Que mulher que, ao saber que a Arca do Senhor tinha sido tomada e de que seu marido e seu sogro tinham morrido, teve um parto prematuro e, depois, morreu ? R: A mulher de Finéias. I Samuel 4-19,20.
Que povo foi derrotado na batalha por causa dos trovões ? R: Os filisteus. I Samuel 7-10.
Quem ganhou um reino quando procurava as jumentas do seu pai ? R: Saul. I Samuel 9-2,3,17.
Qual o homem que, engatinhando, venceu uma batalha e contra que povo ele estava guerreando ? R: Jônatas, filho do rei Saul. Filisteus. I Samuel 14-13,14.
Onde se menciona o queijo na Bíblia pela 1ª vez ? R: I Samuel 17-18.
II Samuel
Quem foi condenado à morte por ter matado um rei de Israel ? R: Um moço amalequita. II Samuel 1-1 a 16.
Quais os 2 irmãos que, depois de mortos, tiveram suas mãos e pés decepados ? R: Recabe e Baaná. II Samuel 4-8,9,10,11,12.
Que homem israelita era celebrado por sua beleza ? R: Absalão. II Samuel 14-25.
Quem cortava os cabelos no fim de cada ano, pois os mesmos muito lhe pesavam ?R : Absalão. II Samuel 14-25,26.
Qual o nome do amigo do rei Davi, que disse que estaria a seu lado em qualquer situação ? R: Itai. II Samuel 15-21.
Quais os 2 homens que, ajudados por uma mulher, se enconderam em um poço, conseguindo, assim, enganar os seus inimigos ? R: Jônatas e Aimaás. II Samuel 17-17,18,19,20,21.
Quem foi o 1º homem, citado na Bíblia, que se enforcou ? R: Aitofel. II Samuel 17-23.
Quem matou o irmão quando o beijava ? R: Joabe. II Samuel 20-9,10.
Quem matou um gigante que tinha 6 dedos em cada mão e em cada pé ? R: Jônatas, irmão de Davi. II Samuel 21-20,21.
Quais os 3 melhores guerreiros do exército do rei Davi ? R: Josebe-Bassebete, Eleazar e Samá. II Samuel 23-8,9,10,11,12.
I Reis
Qual o personagem bíblico que morreu por ir em busca dos seus escravos fugitivos ? R: Simei. I Reis 2-40,42,46.
Quantos provérbios escreveu Salomão ? R: Três mil. I Reis 4-32.
Quantos cânticos Salomão compôs ? R: Mil e cinco. I Reis 4-32.
Por que o rei Davi não pôde construir um Templo para Deus ? R: Por causa das muitas guerras que ele teve de enfrentar contra os seus inimigos. I Reis 5-3.
De onde foi tirada a madeira para a construção do 1º Templo de Jerusalém ? R: Do Líbano. I Reis 5-6.
Quais os reis que praticaram comércio marítimo entre os seus reinos ? R: Hirão, rei de Tiro e Salomão, rei de Israel. I Reis 9-27.
Quantas vezes Deus apareceu a Salomão ? R: Duas vezes. I Reis 11-9.
Qual o nome do rei de Israel cujo filho morreu quando sua mãe entrou em casa ? R: Jeroboão. I Reis 14-1,2,17.
Qual o rei de Israel que morreu queimado em seu próprio castelo ? R: Zinri. I Reis 16-18.
II Reis
Onde se lê na Bíblia a morte de um grupo de rapazes por terem zombado de um servo do Senhor, chamando-o de careca ? R: II Reis 2-23,24.
Quem morreu de dor de cabeça ? R: O filho da mulher de Suném. II Reis 4-17,18,19,20.
Quem foi a 1ª pessoa na Bíblia que realizou o milagre da multiplicação de pães ? R: Eliseu. II Reis 4-42,43,44.
Quem fez o ferro flutuar na água ? R: Eliseu. II Reis 6-6.
Qual o nome que deram à serpente de bronze levantada por Moisés no deserto ? R: Neustã.II Reis 18-4.
Quem, pela oração, teve sua vida aumentada por 15 anos ? R: Rei Ezequias. II Reis 20-1,2,3,4,5,6.
Qual o rei que adivinhava pelas nuvens, praticava feitiçaria e queimou o seu filho em sacrifício ?R: Manassés, rei de Judá. II Reis 21-6,11.
I Crônicas
Por que Rubens, o filho mais velho de Jacó, perdeu a sua primogenitura ? R: Por ter profanado o leito do seu pai. I Crônicas 5-1.
Qual o nome da mulher fundadora de duas cidades ? R: Seerá. I Crônicas 7-24.
Por que o rei Saul morreu ? R: Por causa da sua transgressão contra o Senhor, por não ter guardado a Palavra do Senhor e por ter consultado uma necromante. I Crônicas 10-13,14.
Quem perdeu a vida por ter tocado na arca de Deus ? R: Uzá. I Crônicas 13-9,10.
Quem recebeu a visita de um anjo quando debulhava trigo ? R: Ornã. I Crônicas 21-20.
Qual homem que, além de profetizar, regia os seus 6 filhos com harpas em ações de graças e louvores ao Senhor ? R: Jedutum. I Crônicas 25-3.
II Crônicas
Quais as 3 festas anuais que a Lei Mosaica estabelecia e o rei Salomão obedecia ? R: Festa dos Pães Asmos, Festa das Semanas (Pentecostes) e Festa dos Tabernáculos. II Crônicas 8-13.
Qual o profeta que foi esbofetiado ? R: Micaías. II Crônicas 18-23,24.
Esdras
Onde se lê que o barulho do choro não era ouvido, porque os gritos de alegria eram maiores ? R: Esdras 3-12,13.
Ester
Quais os nomes dos 3 reis citados na Bíblia, que tiveram insônia ? R: Assuero, rei da Pérsia - Ester 6-1,2 ; Nabucodonosor, rei da Babilônia - Daniel 2-1 e Dario, rei da Pérsia - Daniel 6-18.
Quem morreu pelo instrumento que pretendia matar seu inimigo ? R: Hamã. Ester 7-10.

Qual o nome do servo de Deus que teve seus filhos mortos por um tufão ? R: Jó. Jó 1-18,19.
Quem chamou os médicos de mentirosos ? R: Jó. Jó 13-4.
Que personagem bíblico que se vestia de justiça e era pai dos necessitados ? R: Jó. Jó 29-14,16.
Qual a ave, citada na Bíblia, que trata os seus filhos como se não fossem seus ? R: A avestruz. Jó 39-13,14,15,16.
Salmos
Quais os 2 salmos que são idênticos ? R: Salmo 14 e Salmo 53.
Qual é o versículo que se encontra no meio da Bíblia ? R: Salmo 118-8.
Onde se lê na Bíblia que as estrelas têm nomes ? R: Salmo 147-4.
Provérbios
Onde se lê que o coração alegre é bom remédio ? R: Provérbios 17-22.
Eclesiastes
Onde se lê que a mágoa é melhor que o riso ? R: Eclesiastes 7-3.
Isaías
Qual rei que teve o seu coração agitado como árvores no bosque ? R: Rei Acaz. Isaías 7-2.
Onde se lê que o lobo, o cordeiro e o leão comerão palha juntos ? R: Isaías 65-25.
Jeremias
Qual a mãe animal que abandona suas crias por falta de água ? R: Veada. Jeremias 14-4,5.
Que falso profeta lutou contra um profeta de Deus e morreu naquele mesmo ano por sua rebeldia contra o Senhor ? R: Hananias. Jeremias 28-15,16,17.
Qual o profeta mentiroso que Deus disse que não teria mais descendentes e não veriam o bem que Ele iria fazer ? R: Semaías. Jeremias 29-31,32.
Onde a Bíblia compara o coração dos valentes com o coração da mulher que está com dores de parto ? R: Jeremias 49-22.
Que profeta escreveu um livro falando dos males que aconteceriam a uma determinada cidade ? Qual o nome da cidade e qual o nome do rio dessa cidade onde o livro deveria ser lançado, após sua leitura em voz alta ? R: Jeremias. Babilônia e rio Eufrates. Jeremias 51-60,61,62,63,64.
Qual o nome do 1º aposentado da Bíblia ? R: Rei Joaquim. Jeremias 52-33,34.
Ezequiel
Quem recebeu uma ordem de Deus de usar uma balança para fazer um penteado ? R: Filho do homem, isto é, Ezequiel. Ezequiel 5-1.
Que profeta a quem Deus determinou que profetizasse contra Israel ? R: Ezequiel. Ezequiel 21-1,2,3.
Onde se lê na Bíblia que o Senhor ficou a favor da Babilônia e contra o povo do Egito ? R: Ezequiel 30-25.
Daniel
Qual o rei que teve suas unhas crescidas como as das aves ? R: Nabucodonosor, rei da Babilônia. Daniel 4-33.
Quem perdeu o sono por causa de um jejum ? R: Rei Dario. Daniel 6-18.
Que rei mandou matar um servo de Deus e depois não conseguiu comer nem dormir ? R: Rei Dario. Daniel 6-16 a 19.
Oséias
Qual o povo foi comparado a uma vaca rebelde ?R: O povo de Israel. Oséias 4-16.
Qual o povo que iria tremer de medo por causa de um simples bezerro ? R: O povo de Samaria. Oséias 10-5.
Qual o rei que foi comparado a um pedaço de madeira na superfície da água ? R: O rei de Samaria. Oséias 10-7.
Amós
De onde eram as mulheres que oprimiam pobres e induziam os seus maridos a beberem e a que animal elas foram comparadas ? R: Basã. Vaca. Amós 4-1.
Quem, em visão, contemplou o Senhor com um instrumento de pedreiro na mão ? R: Amós. Amós 7-7,8.
Onde lemos na Bíblia que Israel passou 3 meses sem chover ? R: Amós 4-7.
Miquéias
Onde se lê que os sacerdotes ensinavam por interesse e os profetas adivinhavam por dinheiro ?R: Miquéias 3-11.
Zacarias
Qual a frase que será gravada nos apetrechos dos cavalos no dia do Senhor ? R: Santo ao Senhor. Zacarias 14-20.
Mateus
Quais os nomes dos 12 discípulos de Jesus ? R: Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Judas Tadeu, Simão (o Zelote) e Judas Iscariotes. Mateus 10-2,3,4.
Marcos
Quem foi a 1ª pessoa para a qual Jesus apareceu após a sua ressurreição ? R: Maria Madalena. Marcos 16-9.
Lucas
Quem ficou mudo após falar com um anjo ? R: Zacarias. Lucas 1-18,19,20.
Quem disse que não morreria sem conhecer o Cristo ? R: Simeão. Lucas 2-25,26.
Onde se encontram na Bíblia os 4 pontos cardeais ? R: Lucas 13-29 e Gênesis 13-14.
Qual é a única pessoa de quem diz as Escrituras haver subido em uma árvore ? R: Zaqueu. Lucas 19-4.
Onde se lê na Bíblia que Jesus escreveu ? R: João 8-6,7,8.
Em quais idiomas foi escrito o título "Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus", colocado em cima da cruz de Cristo ? R: Hebraico, latim e grego. João 19-19,20.
Atos
Qual acontecimento extraordinário que foi visto por todos os habitantes de Lida e Sarona ? R: Enéias, homem que era paralítico havia oito anos, foi curado por Pedro. Atos 9-33,34,35.
Onde os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez ? R: Em Antioquia. Atos 11-26
Qual o profeta que previu uma grande fome nos dias do Imperador Romano Cláudio ? R: Ágabo. Atos 11-27,28.
Quais os personagens bíblicos que foram chamados por nome de planetas ? Quais os nomes dos planetas ? R: Barnabé foi chamado de Júpiter e Paulo, de Mercúrio. Atos 14-12.
Quem foi a 1ª mulher convertida na Europa pelo apóstolo Paulo ? R: Lídia. Atos 16-14.
Qual o profeta que através de um cinto, previu a prisão do dono do cinto? R: Ágabo. Atos 21-10,11.
Quem foi professor do apóstolo Paulo ? R: Gamaliel. Atos 22-3.
Onde se lê na Bíblia que mais de 40 homens juraram não comer nem beber até matar uma pessoa e quem era esta pessoa ? R: Atos 23-12,13,14. Paulo.
Qual dos apóstolos foi mordido por uma cobra, porém não sofreu mal nenhum ? R: Paulo. Atos 28-3,5.
Romanos
Qual o nome das 3 mulheres, mencionadas pelo apóstolo Paulo, que muito o ajudaram na causa do Senhor ? R: Trifena, Trifosa e Pérside. Romanos 16-12.
Quem escreveu a carta de Paulo aos Romanos ? R: Tércio. Romanos 16-22.
I Tessalonicenses
Onde se lê que não se deve apagar a luz do Espírito Santo ? R: I Tessalonicenses 5-19.
I Timóteo
Quantas vezes na Bíblia é encontrada a palavra imortal ? R: Uma vez. I Timóteo 1-17.
Quais os nomes dos 2 homens que o apóstolo Paulo entregou a Satanás para serem castigados ?R: Himeneu e Alexandre. I Timóteo 1-20.
Tiago
Quem foi chamado de "amigo de Deus" ? R: Abraão. Tiago 2-23.
Apocalipse
Na visão de Jesus glorificado que João teve, o que significavam as 7 estrelas e os 7 candeeiros ? R: 7 candeeiros = 7 igrejas da Ásia e 7 estrelas = 7 anjos das igrejas. Ap 1-20.
Onde se lê que um homem recebeu ordem para não chorar ? R: Apocalipse 5-5.